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segunda-feira, 21 de maio de 2012

Políticas

"From: Domingos Amaral
To: Luís Filipe Vieira

Caro Luís Filipe Vieira
Na semana passada, escrevi aqui que o Benfica tinha de atacar o “sistema” de forma agressiva e permanente, pois só assim diminuiria o poder do FC Porto no futebol nacional. Ora, uma das formas de o fazer é aproveitar as consequências dos atos políticos do FC Porto. Quer exemplos? O FC Porto atacou publicamente, e de uma forma quase insultuosa, o atual presidente da Liga de Clubes, por discordar das suas propostas. Uns dias depois, o mesmo FC Porto interpôs um recurso jurídico que na prática impede o “alargamento” da Liga a 18 clubes, medida que tinha sido aprovada pela maioria dos clubes nacionais. E ontem, mais dois exemplos. O FC Porto apresentou uma queixa contra o Marítimo, pedindo a despromoção do clube; e no mesmo dia o presidente Pinto da Costa faltou à cerimónia de condecoração de Jorge Mendes, que é apenas o melhor empresário de futebol do Mundo. Já viu as inimizades, os ressentimentos, as faltas de cortesia que o FC Porto colecionou nestas últimas semanas? Já viu que nada no futebol português se altera contra a vontade imperial do FC Porto? Contudo, isto gera oportunidades políticas ao Benfica. Mais do que discutir as questões de fundo (o alargamento, blá, blá, blá), o que é importante é perceber que há novos aliados a conquistar. O Império Azul abriu o flanco e a sua exibição de poder musculado pô-lo de mal com o presidente da Liga; com a maioria dos clubes, cujo desejo sabotou: com o Marítimo; e até com Jorge Mendes e o Governo que o condecorou, que foram desprezados publicamente. É muita malta incomodada. E, nesta guerra perpétua, os inimigos dos nossos inimigos, nossos amigos são.
PS: Já conversou com o canal ESPN por causa das transmissões televisivas dos jogos? Pode ser uma alternativa..."

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