"1. Esta semana lembrei-me que o “Estado-governo-legislador” queria introduzir um regime de arbitragem profissional nas modalidades desportivas. Nomeou uma comissão e recebeu um estudo. Parece que o meteu na célebre gaveta da inação. Desolado e impotente, Vítor Pereira, presidente do Conselho de Arbitragem e o grande dinamizador de um modelo de “árbitro” desenhado em moldes de exclusividade, avança na FPF com o que pode dentro da estrutura que domina e com o apoio, pelo menos, dos árbitros internacionais. Teremos uma experiência-piloto de semiprofissionalismo para os árbitros de 1.ª categoria, com algumas das regras e princípios que o “Estado-governo-ausente” meteu no grande armário das omissões. Lembrei-me que quem porfia talvez alcance. Num outro tempo que não este, claro.
2. Esta semana lembrei-me que o principal campeonato profissional de futebol acaba sem que processos disciplinares – a existirem – contra treinadores por declarações censuráveis sobre árbitros se resolvam antes de terminar a última jornada. Em 29 de janeiro de 2012, um treinador de um clube grande disse: “Se quiserem encomendar as faixas de campeão, se quiserem levar a outra equipa ao colo que a levem, podem fazê-lo. O resumo é este: a nossa equipa má, o adversário digno e a equipa de arbitragem vergonhosa”. A 2 de março, o treinador de um outro clube grande afirmou, na sequela de um lance determinante para um jogo: “Se o árbitro assistente não assinalou, não foi porque não viu, foi porque não quis”; “Saímos derrotados também porque o auxiliar permitiu que isso acontecesse”. Hoje é 20 de maio e nada aconteceu em termos disciplinares – se é que vai acontecer –, para processos que – repito, a existirem no gabinete do imprevisível Conselho de Disciplina da FPF – se decidem em menos de um mês. Já passaram, respetivamente, quase 4 meses e 2 meses e meio; a haver castigos, talvez se cumpram na instância de férias dos infratores. Esta semana lembrei-me que, há não muito tempo, havia uns pasquins que estampavam cronogramas com a duração de cada uma das fases de um processo disciplinar e exigiam celeridade a quem já demonstrara abundantemente que a celeridade não era uma miragem… Noutro tempo, claro.
3. Esta semana lembrei-me que, em julho de 2008, a Académica de Coimbra e a Braga SAD receberam, de comum acordo, um “mandato” da assembleia geral da Liga de Futebol Profissional para liderarem em conjunto uma comissão de clubes destinada à revisão do Regulamento Disciplinar. Ficaram de entregar esse trabalho até dezembro de 2008. Até hoje nada foi entregue. Em janeiro de 2012, um jogador da AAC em fim de contrato desentendeu-se com o clube acerca da sua transferência para Inglaterra e abandonou um hotel no Porto. O caso foi para a PJ e o jogador foi afastado até ao fim da época. Por estes dias, o presidente da AAC (que hoje regressa garbosamente ao palco do Jamor) informou que a Braga SAD lhe enviou um fax a comunicar a contratação desse jogador, sendo esse desfecho o “corolário lógico”. Percebemos que ambos os clubes, ainda que por fax, começaram, tanto tempo depois, a “trabalhar” em conjunto!"
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