"Como qualquer adepto (parcial) tenho os meus árbitros preferidos. Esta época elejo a sociedade Benquerença & Proença.
Olegário - nome de origem teutónica significando, obviamente, poderoso - com a sua pose erecta calcorreando o relvado como quem está em jeito de ballet iniciático, jamais deixa que lhe subtraiam o papel do verdadeiro artista- Deleita-se logo com o proémio verbal aquando da moedinha ao ar, ri-se com sarcasmo e exibe uns quadrilaterozinhos coloridos com o pundonor orgástico da sentença. Estes são mesmo os seus momentos dilectos. Tem ainda outra estável característica: é perito em ver o que ninguém vê e não ver o que toda a gente vê. Problema de miopia, astigmatismo ou - em função de certas cores - de daltonismo? Ou talvez mesmo de fotofobia por sensibilidade excessiva à Luz? Sugiro que, na reforma, Olegário vá viver para Presidente Olegário que é o nome de um município brasileiro de Minas Gerais. Assentava-lhe que nem uma luva (ou apito).
Proença sempre impecavelmente penteado, despenteia-se com facilidade na ânsia de consumar a ideia de que um jogo, por regra, não deve acabar contra onze. Escolhe com rigor matemático os seus auxiliares e afaga com ternura comovente os campeões. Aqui exprime mais benquerença do que o dito. Nos jogos decisivos, sofre do síndroma de Estocolmo e erra sempre contra o lado que supostamente será do seu agrado pessoal. Afortunadamente, a UEFA não liga aos clamorosos erros domésticos e, por isso, vai estar - com compreensível orgulho - no sábado em Munique e também no Euro-2012. Lá fora, transfigura-se e liberta-se da síndroma de Estocolmo. Que seja feliz!"
Bagão Félix, in A Bola
PS: Ontem, não tive a oportunidade de ler A Bola, por isso não transcrevi a crónica do Bagão Félix, aparentemente o tema também foi a arbitragem... Se alguém tiver acesso à crónica, nem que seja através de um link, agradecia a indicação.
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