"O troféu de melhor marcador tem algum prestígio: nele figuram alguns dos grandes goleadores portugueses e os melhores estrangeiros que por cá passaram. Assim, o desempate entre Cardozo e Lima era um dos atrativos da última jornada.
O Benfica jogava em Setúbal – e aos 90 minutos Cardozo estava a zero, apesar de ter rematado 11 vezes e atirado uma bola à barra. Mas nesse momento veio o prémio: Saviola passou, Cardozo recebeu, tirou o guarda-redes da frente, insistiu, tirou um defesa da frente, chutou com o pé direito e marcou.
Metade deste golo foi de Jesus. Vendo a floresta de pernas em que se tornara a área do Vitória, Jesus recuou a equipa para dar espaço na frente ao paraguaio. E na parte final meteu Saviola, que joga com Cardozo de olhos fechados. E foi assim que o golo surgiu: espaço na área, bola em Saviola – e o resto é sabido.
Em Alvalade, até aos 87 minutos Lima também não marcara. Só que nesse minuto fatídico ele acorreu a um centro, lançou-se para o chão, ganhou um penálti – e marcou-o. O duelo pelo cetro de melhor marcador reacendia-se. E acabou decidido pelo regulamento, com Cardozo a ganhar por ter menos tempo de jogo.
Chegado aqui, pergunto: o que teria sucedido se Cardozo não tivesse marcado em Setúbal? Lima seria o melhor marcador com um penálti inventado. E o que não diriam os benfiquistas se, depois de terem perdido com o FC Porto com um golo em fora-de-jogo, Cardozo perdesse o título de melhor marcador com um penálti falso?
Os jogos hoje decidem-se por detalhes. Ora, nesses detalhes, as decisões dos árbitros podem ter um papel decisivo."
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