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quinta-feira, 5 de maio de 2011

Nesta Liga Europa não há jogos, são apenas três meras formalidades

"SE repararem com alguma atenção, nem é necessária muita atenção, a Liga Europa, este ano, já se pode dar por arrematada apesar de ainda ter mais três jogos por disputar, as duas meias-finais por disputar de hoje e a final de Dublin que mais não são do que meras formalidades a cumprir pelos seus intervenientes.


Basta ler os jornais e ouvir as notícias para perceber que assim é. O FC Porto não só vai hoje passear a sua classe em Espanha porque não há volta a dar ao expressivo resultado da primeira mão como também irá passear a sua classe a Dublin, na final, visto que nem o Real Madrid com cinco trincos lhe chega aos calcanhares, quanto mais o Sporting de Braga...


Sim, porque o Sporting de Braga é o outro finalista, apesar de ainda ter de jogar hoje a segunda mão contra os incompetentes e anémicos da Luz, que nem força nas pernas têm para uma hora de jogo. António Salvador, o presidente do Sporting de Braga, exortou ontem os adeptos do clube a unirem-se nesta «caminhada até Dublin», enquanto José Mendes, presidente da Assembleia Geral do Sporting de Braga, anunciou à Rádio Renascença, que já tem comprado o bilhete de avião para Dublin.


Resta ao Villarreal consolar-se com notícias infames como aquela da Marca a garantir que o árbitro holandês do jogo da primeira mão andou por marisqueiras de Matosinhos mal acompanhado. E resta ao Benfica dos serviços mínimos picar hoje o ponto à hora estipulada pela UEFA depois do presidente do Braga onde, garantidamente, os seus jogadores não terão passado a noite em claro a apanhar envelopes metidos por debaixo das portas dos seus quartos com fotografias dos frangos do Roberto.


Esta é, sem dúvida, uma Liga Europa única. Os tipos da UEFA devem estar pasmados. Mas é sempre assim com os portugueses, sabem-se os resultados todos com uma antecipação impressionante.








A propósito de envelopes... O comunicado da SAD Leiria exprime sem eufemismos uma revolta fortemente adjectivada contra os acontecimentos e os seus protagonistas nos túneis e assoalhadas da bonita Pedreira bracarense - «cínicos», «cobardes», «violentos» são alguns dos mimos utilizados. Mas, lamentavelmente e sem qualquer tipo de justificação ética ou moral, acaba até por ofender inocentes que nada tiveram a ver com a ocorrência.


E é preciso ter muito cuidado com estas coisas. Pecou o redactor do dito comunicado dos leirienses ao acrescentar ao seu legítimo repúdio comparações obsoletas como «isto nem em África!» ou «pareciam pessoas do Terceiro Mundo».


Oh meu amigo, mas em que mundo é que julga que vive?


É que não havia nenhuma necessidade de ofender tanta gente, tantos continentes, tantos milhões de seres humanos e tantos países que lá por não terem auto-estradas modernas como as nossas também têm a sua dignidade e, principalmente, têm a vantagem de não conhecer de lado nenhum o senhor António Salvador e o senhor Bruno Paixão e o senhor Fernando Couto e o senhor João Bartolomeu e, muito menos, o valente senhor de envelope anónimo...








ESTE episódio, como é apanágio nos países do Primeiro Mundo e não-africanos, como é o nosso, não vai resultar em nenhuma acção disciplinar. De uma maneira ou de outra e cada um à sua maneira, muitos foram já os especialistas que vieram a terreno defender o arquivamento rápido do caso.


Já se ouviram juristas explicar que sem «flagrante delito» no momento do acto é impossível pôr um nome ao meliante. Já se leram grandes títulos na imprensa explicando que, afinal, o meliante nem sequer é um meliante sério porque «SÓ FOTOS NÃO SÃO MEIO DE COACÇÃO», como surgiu em O Jogo encimando declarações de José Manuel Meirim, professor de Direito Desportivo,e de Jorge Coroado, antigo árbitro de futebol.


Para Meirim, que segue e interpreta a Lei não-africana, o envelope por não conter no seu interior «qualquer tipo de recado ou ameaça» não configura coacção. Quanto a Jorge Coroado, que foi perito arrolado pelo Ministério Público no processo Apito Dourado e jamais viu indícios pecaminosos que pudessem comprometer a reputação da classe, também agora não vê nada de desagradável na questão:


«Não vejo razão para se invocar isto, quando há árbitros que a primeira coisa que fazem quando chegam ao balneário é ligar o televisor para ver se conseguem descortinar algum erro», descortinou Coroado a O Jogo.


Portanto, muita atenção, estudantes de Direito Desportivo e futuros dirigentes desportivos em idade escolar! Envelopes anónimos por debaixo da porta na cabine do árbitro podem ser postos à fartança, à fartadela, à fartazana. Desde que não contenham ameaças nem recados. Assim sendo, «é difícil enquadrar isto na acção disciplinar de coacção». Entendido?


E, muita atenção, senhores árbitros! Não corram para ligar a televisão na cabina porque há a partir de agora um meio mais personalizado do vos informar sobre os juízos críticos formulados sobre o vosso trabalho. E não vale a pena espreitar pelo buraco da fechadura. Um envelope anónimo também tem a sua dignidade e, ainda para mais, não gasta electricidade.






ESTA semana, no Minho, deram-se a conhecer dois protagonistas corajosos. Abel Castro Cutelo foi delegado da Liga em Braga e continua de boa saúde. Cutelo confirmou a existência do envelope anónimo e referiu o episódio em declarações à imprensa. É desejo de todos os desportistas que Abel Castro Cutelo tenha um grande, tranquilo e profícuo futuro como delegado da Liga.


Júlio Mendes é vice-presidente do Vitória de Guimarães, emblema que vai disputar com o FC Porto a próxima final da Supertaça. Júlio Mendes declarou à imprensa que os vitorianos «querem jogar a final da Taça no Jamor», pirateando assim, à descarada, aquele pressuposto regionalista contra o «centralismo» e contra Lisboa como palco da festa. «Desejamos que assim seja pela carga simbólica do recinto», acrescentou Mendes. E ainda piorou as coisas...






DE acordo com o Record, tudo o que se passou em Braga se explica porque «os leirienses» foram acusados de estar ao serviço do Benfica, por não terem antecipado o jogo, e do Sporting, na luta pelo terceiro lugar».


O Benfica, felizmente e já não era sem tempo, optou por ficar em bendito silêncio e não caiu na esparrela de vir comentar os incidentes do Sporting de Braga - União de Leiria.


Mas renascido para as guerras, como tão bem exemplificou Oceano ao confrontar o árbitro Duarte Gomes no túnel de Alvalade, temos agora um novo Sporting com opinião forte. Carlos Barbosa, vice-presidente de Alvalade, afirmou que o caso do envelope «é mais caricato do que estranho», o que não deixa der ser profundo como análise.


No entanto, Barbosa tem mais com que se preocupar do que com «os procedimentos dos outros clubes» e nisto faz bem. O dirigente está preocupado com o ambiente colorido em casa. «Apela aos adeptos que venham a Alvalade envergando, pelo menos, uma peça de roupa verde para assim colorimos as bancadas», exortou para o próximo jogo com o Vitória de Setúbal.


O que é mais estranho do que caricato visto que, por toda a última campanha eleitoral, não faltaram candidatos nem adeptos a lamentar a excessiva mancha cromática nas bancadas.


Mas é uma preocupação legítima e preponderante nesta altura do campeonato.






O Vitória de Setúbal vai a Alvalade lutar pela manutenção e está bem mais perto de alcançá-la do que a Naval 1.º de Maio, com quem concorre directamente. António Aparício, vice-presidente do Vitória de Setúbal, está confiante no sucesso da equipa mas diz que «o campeonato é uma mentira» por causa do Benfica que anda a «ajudar equipas» ao apresentar-se nos últimos jogos com uma maioria de reservistas em campo.


Compreende-se. O tempo é de unir esforços no Bonfim porque o objectivo é importante. E mais vale a António Aparício deitar culpas ao Benfica do que, por exemplo, perder a cabeça e desatar em impropérios sublinhando a incompetência dos seus próprios jogadores. Como, por exemplo, os que falham grandes penalidades, tipo Pitbull ou Jailson. Ou como o infeliz Valdomiro que, só no último jogo do Vitória, marcou um golo na própria baliza e ainda ofereceu mais um golo ao adversário. Uma «noite bem negra», como referiu o cronista de A BOLA."

Leonor Pinhão, in A Bola

1 comentário:

  1. Boa noite
    Depois da derrota caseira com o porto, vim aqui escrever umas palavras.
    Escrevo agora, num momento doloroso, de tristeza, quiçá de revolta.

    Depois de uma época fantástica, 2009-2010, de sonho, de envolvência entre equipa-adeptos-dirigentes, 
    tudo se transformou...
    A imagem do novo rico, a quem lhe sai o totoloto, que gasta e desbarata o seu ganho, que se coloca num pedestal, 
    que quer ser maior do que aquilo que é, é a imagem do Sport lisboa e Benfica de 2010-2011.
    Os dirigentes entendem que não necessitam de trabalhar mais pois o ganho está garantido - pura ignorância e incompetência.
    Os treinadores acham que aplicar a mesma fórmula é sinal de vitória, mesmo que com alguns novos intérpretes na equipa.
    Os jogadores pensam que são os maiores, talvez estimulados por algumas transferências milionárias.

    O que se passou é mau...e pior é manter a mesma atitude para a próxima época.
    Já se viu que o Luis Filipe Vieira anda entretido com outros negócios.
    O Rui Costa está adormecido, talvez na esperança de voltar a dar a cara um dia.
    O Jorge Jesus prepara mal a equipa, é teimoso quando há jogadores com falhas constantes, 
    estoura os jogadores a meio da época, não faz rotação táctica entre titulares e suplentes -
    descansar jogadores não é deixá-los de fora em vários jogos, é dar-lhes minutos de mais baixa intensidade mas ainda assim manter
    a disciplina física.
    Nós, adeptos, esquecemos que com uma época mal preparada - jogadores que chegam tarde, 
    indefinições quanto a entrada e saídas perto da data de arranque das competições, lugares-chave da equipa sem jogadores à altura
    como se espera de substitutos em caso de falha dos titulares - jogadores de baixa qualidade para um clube como o nosso, pouco seria de esperar.
    Termos chegado à meia final de uma competição europeia foi uma sorte.

    Esperemos (todos nós) que a próxima época seja de redenção entre estrutura dirigente-estrutura técnica-jogadores-adeptos.
    Pedem-se jogadores com capacidade física e bom futebol - artistas só funcionam com uma equipa coesa, robusta, dinâmica e segura.
    Pede-se um trabalho dirigido à competência e à qualidade, ao empenho, ao amor à camisola.

    ESQUEÇAMOS O ANTIGAMENTE - JÁ NÃO SOMOS O MAIOR, SOMOS APENAS UM GRANDE CLUBE.
    SÓ COM ESTA ATITUDE DE REALISMO PODEMOS ASPIRAR A SER MELHORES.
    Fomos CAMPEÕES EUROPEUS há 50 anos - 50 ANOS!!! UMA ETERNIDADE...

    A mudança começa em cada um de nós - sejamos humildes e realistas. Ser BENFIQUISTA é especial, mas começa a ser difícil uma identificação com a vitória.
    Precisamos de união, precisamos de mostrar querer, se ter uma só voz, uma IDENTIDADE!

    TEMOS DE PROJECTAR O FUTURO

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