"No futebol das paixões, há um escrutínio implacável para os treinadores: a sua necessidade de paciência em confronto com a falta de paciência dos adeptos.
Na gestão da equipa e, fundamentalmente, na adaptação de novos jogadores, o treinador precisa do tempo que os tempos de hoje não lhe concedem.
Mas é aí que se vê o seu mérito. Diz o provérbio que a paciência é a coragem de todos os dias. Ou, como escreveu Vauvanargues, «a paciência é a arte de esperar».
Vem isto a propósito, dos méritos e paciência de Jorge Jesus, no comando da equipa do Benfica.
Vejamos o que se tem passado este ano, aliás em reedição do que aconteceu a época passada. Os impacientes adeptos, facilmente vencidos pela falta da dita paciência, estão agora a ver os benefícios da paciência do técnico. O guarda-redes Roberto, quase crucificado e quase cedido a um qualquer Gimnátic Tarragona da segunda divisão espanhola, é um jovem apetrechado, sereno e confiante. Vai ser um grande guarda-redes (e até já nem equipa de verde!). Salvio evidencia já qualidades bem acima da média. Jara é um perigoso suplente do inigualável Saviola. Jardel vai provar que é mesmo reforço. E o caso mais notável, Gaitán mostra capacidades e talento, que o tornarão um craque de estatuto mundial. Se compararmos a primeira época (e até a segunda) de Di Maria e a inicial de Gaitán, há razões para entusiasmo.
Tudo, em boa parte, produto da paciência. Ou seja, da necessidade de perseverança, tenacidade e constância para que a paciência passe a ciência. Paciência que, todavia, continua a ser constantemente desconsiderada num tempo dominado pela pressa, velocidade e inconstância..."
Bagão Félix, in A Bola
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