"A história demonstrou que, quando a justiça de Atenas matou o seu mais célebre pensador, a cicuta matou a justiça e ajudou a eternizar o pensador. Na miopia do presente, quem lidera os árbitros que no jogo têm a obrigação de aplicar as regras com justiça considera que faz justiça ameaçando quem se queixa das injustiças.
Na semana passada, Jorge Jesus referiu-se, numa entrevista, às más arbitragens que têm influenciado resultados e, consequentemente, a pontuação dos clubes.
A resposta de Vítor Pereira foi desajustada, canhestra e pequenina. Foi uma resposta tendenciosa, ao nível das arbitragens perpetradas pelos árbitros que ele dirige. Vítor Pereira não argumentou, não refutou com factos e não demonstrou a hipotética falta de razão de Jorge Jesus. Vítor Pereira, para demonstrar a sua razão em desfavor da razão alheia, limitou-se a ameaçar o Benfica, dizendo que quem se queixa das injustiças será ainda mais injustiçado.
Já me habituara a ver Vítor Pereira em ladainhas de circunstância. Durante bastante tempo era uma ladainha em tom de ‘ora pro nobis’, pedindo paciência, compreensão e profissionalização para os “seus” árbitros apanhados em escutas pouco dignas no processo “Apito Dourado”. Agora, ameaçando o Benfica, a ladainha saiu-lhe errada, pois, onde ele antecipa um silêncio medroso por parte dos benfiquistas, vai colher um dobre a finados sobre o seu feudo arbitral.
É importante que os ameaçadores do presente aprendam para o futuro uma lição que já vem do passado: o camelo e o burro são os únicos animais que ajoelham para aceitar a carga. Está para vir a primeira ameaça que faça ajoelhar o benfiquismo."
Pedro F. Ferreira, in O Benfica
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