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terça-feira, 20 de agosto de 2024

Martínez, Ronaldo e a Seleção


"Depois da irrelevância demonstrada no Euro e do festival de egocentrismo dado na final da Supertaça saudita, este CR7 vai ser uma solução ou um problema para a Seleção?

A poucos dias de nova convocatória de Roberto Martínez para a Seleção Nacional, desta feita de olhos postos na Liga das Nações, o tema Cristiano Ronaldo, adormecido depois dos mínimos realizados por Portugal no Campeonato da Europa, volta à ribalta. Há circunstâncias, que estão presentes no contexto do Al Nassr, que têm a ver com a marca CR7, com as centenas de milhões de seguidores do madeirense nas redes sociais, e com o impacto, não só para o negócio, mas sobretudo para a visibilidade do futebol saudita em todo o mundo, que são levadas em conta e branqueiam alguns comportamentos censuráveis, com o público e com companheiros de equipa, do melhor marcador da história do futebol. Tenho a certeza de que nenhum desses fatores estará presente na mente de Roberto Martínez quando fizer a lista para os jogos com a Croácia e a Escócia. A questão é só uma: apesar de toda a gratidão que sentimos pelo que CR7 fez pela Seleção Nacional nos últimos 21 anos, nesta altura justifica-se, do ponto de vista desportivo, convocá-lo? Porque já se percebeu (Fernando Santos que o diga…) que Ronaldo não é Luca Modric, que está no Real Madrid para ajudar, na medida das suas possibilidades, como se viu na recente conquista da Supertaça europeia frente à Atalanta.
A forma como Cristiano Ronaldo reagiu à derrota na final da Supertaça saudita (1-4 frente ao Al Hilal de Jorge Jesus e Rúben Neves), sacudindo, em pleno relvado, a água do capote para cima dos companheiros, é própria de quem, nesta fase, pensa que «eu ganho, nós empatamos, eles perdem», o que, manifestamente, não serve os interesses da Seleção Nacional.
Aproveito agora para falar de Pepe, que decidiu por fim a uma carreira brilhante, onde apenas não foi campeão do Mundo. Com 895 jogos realizados, 141 dos quais por Portugal, sempre defini Pepe como aquele jogador de quem os adeptos só gostam se estiver a defender as suas cores, caso contrário, odeiam-no. Esse fenómeno tornava-se evidente quando, ao serviço do FC Porto era invariavelmente vaiado na Luz e em Alvalade, estádios onde o vitoriavam e incentivavam cada vez que surgia de quinas ao peito. Pepe, obrigado pelo serviço a Portugal."

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