"«Desde que me lembro, o meu sonho é ser um gangster»
O filme Goodfellas [Tudo Bons Rapazes], de Martin Scorsese, obra-prima de 1990, é baseado em personagens verídicas das cinco famílias mafiosas de Nova Iorque. Nesses dias, a pobreza aguda tornava a opção simples: 'é melhor fazer parte da rede de crime e ter comida do que estar fora e ser vítima dessa gente'.
Mesmo admitindo a caricatura a que o Cinema recorre, e a normais exageros, a frase de abertura representava a ambição máxima daquela juventude. Uma realidade insuportável, felizmente distante, dias que não desejamos nem para nós, nem para os nossos filhos.
Tendo isso em mente, é mais importante do que nunca lembrar o que desejamos para a nossa sociedade. Para os nossos.
Andar em liberdade, viver em segurança, pensar e afirmar em livre-arbítrio, sem receio das consequências - violência, chantagem, pressão física e psicológica.
É impossível não sentir empatia por tudo o que a família de André Villas-Boas está a viver. Por querer avançar, legitimamente, para uma candidatura ao clube do seu coração, André passou a sofrer pressões inaceitáveis, ameaças mais ou menos veladas, ações de terrorismo puro à porta de casa.
Não falo de ideias, não falo de futebol. Falo de decência e civismo.
Quem achar boa ideia intimidar um cidadão português, por querer ser candidato e ganhar umas eleições de um clube/partido/instituição/empresa, está a colocar em causa as conquistas de abril, que tanto custaram aos nossos pais.
As palavras são do próprio Villas-Boas: vandalismo e violência.
Não sei quem são estas almas penadas, que em grupo atacam e agridem um homem de 64 anos, mas sei que desse lado do Mal não pretendo estar.
Solicito o máximo empenho e rigor às instituições competentes: PSP, Polícia Judiciária, Ministério Público, Câmara Municipal do Porto.
Não permitam que a atividade dos gangsters da Invicta seja normalizada. Encontrem os responsáveis, punam-nos. O meu abraço ao André e a toda a família."
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