"As pausas das Seleções são sempre excelentes momentos para reflexão, sobretudo quando celebramos uma qualificação inesquecível com 10 vitórias em 10 jogos. No mundo do futebol benfiquista, Schmidt, sempre fiel à sua tradição e considerando a míngua de jogadores por exatamente por esses compromissos, decretou uns escassos dias de férias, aliás bem merecidas.
Estamos em 1 lugar por mérito próprio, com alguma sorte em certos jogos a premiar uma crença infinita da equipa, a contrabalançar a pouca sorte (e também demérito) no Bessa, sem esquecer uma Supertaça conquistada com todo o mérito contra o FC Porto. Contudo, se calhar por isso mesmo, somos confrontados com diversas notícias publicadas na imprensa, umas com real pertinência, outras sem qualquer relevância atual porque são temas do passado.
Comecemos por estas, com a publicação pelo CM de valores relacionados com vouchers atribuídos no passado a árbitros e delegados aos jogos. Tal como referi, é indiscutível que são temas passados e requentados, surpreendentemente tratados como se tivessem relevância atual. O propósito até pode ser "oficialmente" o direito à informação. Mas, especulando um pouco, até se poderia dizer que existe uma tremenda vontade de uns quantos de ligar os atuais dirigentes a práticas de antanho, apenas porque Rui Costa não teve a coragem de cortar com o passado, insistindo em gentes das listas de LFV. O importante é que, desde há muito, essas práticas de que não nos orgulhamos foram abandonadas e só há que seguir em frente.
Durante a semana também foi notícia uma alegada ausência de resposta a uma carta que a Comissão de Redação dos novos Estatutos enviou em julho passado a Rui Costa. Aqui, de facto, a situação "fia mais fino". Desconheço os contornos de adjudicação dos trabalhos pela Direção a esta Comissão, mas fica a sensação que terá havido clara falta de diálogo na altura. Os elementos da Comissão jamais terão percepcionado que iriam elaborar uma base de trabalho para a Direção se pronunciar, introduzindo as alterações que entendesse por conveniente. Aliás, esta citada carta corrobora esta minha convicção, sobretudo pela preocupação da Comissão se demarcar do documento final ao mencionar especificamente diversas ao citado documento, algumas das quais, no mínimo, muito controversas.
Uma coisa eu sei: a resposta que a Direção afirma ter dado em agosto, foi um Mail assinado pelo Chefe de Gabinete, desconsideração que a Comissão jamais merecia. Também não sei porque o assunto ressuscitou agora e quais os objetivos que presidiram a esta inopinada divulgação até porque não está marcada qualquer AG a curto prazo, mas creio que a solução é simples: quando se realizar essa discussão dos Estatutos, apresentem-se ambas as propostas e os Sócios decidirão.
Regresso ao futebol para referir que estivemos a 6 minutos de uma enorme convulsão e podemos todos agradecer a uma equipa que lutou desalmadamente para virar o resultado desfavorável aos 90’. Não resisto a homenagear alguns dos jogadores pelo simbolismo da crença, como João Neves, ou António (quando foi buscar a equipa a celebrar o empate para tentar o 2/1) ou Aursnes/Tangsted que consumaram a reviravolta. Schmidt, por demais contestado nas últimas semanas face a opções pouco compreensíveis para quem não está por dentro do balneário, bem pode ir a Fátima e Rui Costa, até aqui muito poupado nas críticas apesar da visível escassez de soluções no plantel desde 1 de setembro, bem o pode acompanhar.
Não foi em Fátima mas em Santarém, bem ali perto, que Rui Costa fez mais um excelente discurso a agregar os benfiquistas, sobretudo tendo o requinte de referir que "qualquer que fosse o resultado, a posição de Schmidt não estaria em risco". Um Presidente que conhece por dentro o futebol e que sabe como poucos, dados os muitos anos vividos a alto nível dentro das 4 linhas, que a tranquilidade num clube é e será sempre "top down driven".
Tem (teve) indiscutível razão ao apelar à união, crendo eu que neste apelo não entra a (malfigerada) unicidade, sempre acéfala e altamente prejudicial. Mas têm de entrar diversas opiniões absolutamente desnecessárias, porque contraproducentes, de diversas figuras que pululam pelo camarote presidencial e por lá continuam, demonstrando a impunidade que por ali campeia.
Felizmente que os deuses estiveram connosco no derby. A tranquilidade que grassa atualmente na Luz, acredito que seja propícia à melhoria de forma da equipa. Mas daqui peço a Rui Costa, com os seus indiscutíveis conhecimentos de futebol que pude testemunhar na primeira pessoa, que nos traga em janeiro o que hoje manifestamente nos falta, para reforçar as probabilidades do 39 que nos une a todos."
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