"O Sport Lisboa e Benfica volta a Milão para voltar a defrontar o FC Internazionale Milano para a Liga dos Campeões, depois de na temporada transata, mas já neste ano civil, os italianos terem puxado de volta à Terra os benfiquistas que já se preparavam para deixar o mundo real em direção ao mundo dos sonhos. O Inferno da Luz, renascido na temporada passada depois de um largo interregno, foi um Céu para os nerazzurri.
O horizonte que parecia estar tão perto afinal não era mais do que isso mesmo: um horizonte. Um horizonte que continua lá. E quis o destino que, de novo, no caminho do SL Benfica estivesse o gigante azul-e-negro de Milão. Desta feita, mais cedo, quando ainda falta muito para caminhar. Mas não é por faltar muito para palmilhar que não se sente no ar a importância deste passo a dar. E não é por faltar muito para palmilhar que não se sente no ar o desejo de vingar a morte de abril passado.
A relevância do jogo vai muito para além do desejo primitivo e quase mesquinho de saciar a sede de vingança. O significado de uma vitória benfiquista vai muito para além de uma sensação de retribuição. No entanto, é quase inevitável aguardar pela partida em Milão e sentir, além da ânsia característica de partidas deste calibre, a ânsia de vingar a eliminação da Champions passada e provar que o real valor do campeão português é muito superior ao que ficou espelhado nessa eliminatória.
O SL Benfica quer ganhar. O SL Benfica precisa de ganhar. Pelo que é e pelo que quer ser. Mas também pelo que não foi. É dia de vencer em Milão. É dia de relembrar a uma das capitais do futebol europeu a força do Sport Lisboa e Benfica. É dia de reerguer o gigante. É dia de honrar o passado longínquo. É dia de vingar o passado recente. É dia de ser Glorioso. É dia de SL Benfica."
Márcio Francisco Paiva, in Bola na Rede
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