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quinta-feira, 20 de abril de 2023

Treinar as emoções


"Médico psiquiatra, psicoterapeuta e escritor, Augusto Jorge Curry é uma referência a nível mundial pelos seus textos. Em “Treinar as emoções para ser feliz” (Leya, 2019), refere que “criamos um mundo que promete prazer ao homem: a TV aberta e fechada, o cinema, os desportos, os parques de diversões, os jogos de vídeo e o mundo da Internet. Nunca tivemos uma indústria de lazer tão grande e um homem tão triste” (p. 18). De facto, este “baixo” mundo está caótico e cheio de contradições. Muitas pessoas não sabem gerir as suas emoções. Os passos vacilam, diante de tanta ingratidão e de incompreensão. Sem querer generalizar, no caso dos jovens, o que se verifica é que gostam cada vez mais de coisa nenhuma. Tudo é “uma seca”, é o que ouço dizer de muitos deles, com quem me cruzo na minha vida profissional. Muitos jovens estão envelhecidos por dentro. Alguns “têm 20 anos de idade biológica, mas 100 de idade emocional” (Curry, 2019, p. 34). Se a Escola poderia mudar alguma coisa, Curry diz-nos que “a transmissão fria do conhecimento numa sala de aula tornou-se um canteiro de tédio para os alunos” (p. 37). Para combater isto, ele sugere várias coisas: educação participativa, exposição dialogada, contador de histórias, reconstruir o rosto do conhecimento, elogiar e resgatar a autoestima dos alunos, cruzar o mundo dos professores com o dos alunos, ensinar técnicas do treino da emoção e gestão do pensamento. “Quanto pior for a educação, maior será o papel da psiquiatria” (p. 67). Em conversa com uma experiente psicóloga escolar, fui informado de que temos cada vez mais “casos sociais” nas escolas e “casos clínicos”, ultrapassando as competências dos psicólogos escolares e dos professores. Acresce a isto a “desarticulação das entidades” e a “desestruturação das famílias”. As forças parecem esgotar-se. É pior do que subir o Evereste! E “os que ginasticam o corpo em ginásios, mas não treinam a sua emoção para superar a sua ansiedade, estão a fazer muito menos pela sua saúde do que imaginam” (p. 52). Recomendo a leitura dos livros de Augusto Curry."

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