"Três grandes figuras do futebol benfiquista foram multidesportivos e tiveram uma ligação ao desporto da bola ao cesto
Otto Glória, Costa Pereira e José Augusto dedicaram parte da sua vida basquetebol dentro e fora do Benfica.
José Augusto chegou a ocupar a baliza na formação do Barreirense, devendo a essa experiência o seu sucesso no basquetebol, já que dominava 'no tempo de salto' e conhecia 'as manhas para chegar primeiro à bola'. Jogou duas épocas como extremo nos juniores de basquetebol do Barreirense, ao mesmo tempo que praticava futebol, até que aos 17 anos foi obrigado a decidir-se por uma única modalidade.
Em 1954/55, Armando Abreu Rocha interrompeu a sua atividade de treinador de basquetebol pro afazeres profissionais, confiando o seu lugar ao treinador de futebol, Otto Glória, nas equipas de honra e juniores, pois o brasileiro fora jogador internacional e treinara as equipas do Vasco da Gama e do América.
O primeiro treino deu-se em 13 de Dezembro de 1955, e o primeiro jogo, nove dias depois, frente ao Casa Pia (V 84-52), no Pavilhão dos Desportos. No segundo jogo, Otto Glória levou consigo Costa Pereira para a equipa campeã de Lisboa e vice-campeã nacional.
O guarda-redes tinha praticado basquetebol no Ferroviário de Lourenço Marques, antes de abraçar o futebol por inteiro. Pelo Benfica já alinhara em 21 de Setembro de 1954, frente ao Algés e Dafundo (V 66-35), pelo aniversário da Associação de Basquetebol de Lisboa, no qual foi o segundo melhor marcador. Voltaria a sê-lo em 30 de Março de 1956, com 17 pontos contra o CF 'Os Belenenses' (D 53-71), ficando atrás dos 20 pontos do internacional Bernardo Leite.
Em seis jornadas do Campeonato de Lisboa, Costa Pereira somou 39 dos 413 pontos marcados pelo Clube. A sua presença era necessária, de tal forma os jornais mencionaram uma equipa 'desfalcada de Costa Pereira' nas suas ausências. Viria ainda a participar em dois jogos no Campeonato Nacional.
Aos jornal O Benfica, Bernardo Leite confessou que a técnica de Otto Glória 'a todos surpreendeu'. O treinador promovia um jantar semanal entre futebolistas e basquetebolistas no Lar do Jogador, todas as quintas-feiras, 'preconizando espírito de aproximação entre todos os nossos atletas', base de uma unidade que o Benfica defende.
Na primavera, Otto Glória voltou-se inteiramente para o futebol. Abreu Rocha retornou até ao final da época, dando lugar ao professor Teotónio Lima, impulsionador da equipa encarnada.
Na área 3 - Orgulho Eclético do Museu Benfica - Cosme Damião, pode descobrir mais sobre a história do basquetebol encarnado."
Pedro S. Amorim, in O Benfica
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