"Não sou xenófobo, mas também não preciso de explicar ao leitor o porquê de ter muito pouco apreço por cidadãos nascidos no Uruguai. Especialmente, aqueles que têm alcunhas de vegetal ou apelidos de nome de árvore. Porém, como sou uma pessoa extremamente nacional e aprendo sempre com os erros, permiti que o meu coração ganhasse mais afeição por mais um indivíduo nascido no Uruguai do que aquela que nutro até por alguns portugueses. Mesmo em comparação com um que mora cá em casa. Bom, não vou dizer que gosto mais do Darwin Núñez do que do meu pai, até porque o leitor poderia ficar com uma imagem negativa e meu respeito, mas quantos hat-tricks já fez o meu pai pelo Benfica? Pois.
Já tive a sorte de ver avançados de grande qualidade no Benfica. A energia do João Vieira Pinto. A mística do Nuno Gomes. A ratice do Miccoli. O pé esquerdo do Cardozo. A classe do Saviola. A raça do Lima. A magia do Jonas. A arte do Félix. Nunca, até hoje, tinha visto um furacão como o Darwin. Agora, quando vou ao Estádio da Luz, já tenho o cuidado de me despedir da minha família antes do jogo, pois nunca sei se o tornado lá em baixo no relvado se vai arrastar também para as bancadas. Já tem arrastado, mas por enquanto apenas vénias e aplausos. É impossível não ficarmos rendidos à qualidade do homem.
A mim, já me fez ultrapassar memórias passadas por aquilo que tem feito no presente e pelo potencial daquilo que pode fazer no futuro. Se tudo correr bem, o Darwin será um dos grandes avançados do futebol mundial nos próximos anos. Se tudo correr muito bem, vai sê-lo ainda com a camisola do Benfica."
Pedro Soares, in O Benfica
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