"Já está! À quarta presença na final, o Benfica conquistou a tão desejada e merecida UEFA Youth League, verdadeira Liga dos Campeões do futebol jovem.
Fê-lo com estilo, esmagando um adversário que muitos tinham como favorito (havia derrotado o Atlético de Madrid nas meias-finais por 5-0!), e proporcionado um verdadeiro festival de futebol, que irá ficar na memória de quem o viu.
No dia 25 de Abril libertámo-nos, enfim, de uma sequência de onze finais europeias perdidas: oito com a equipa A, três nos sub-19.
Dizia-se que era maldição. Não sei quais foram exactamente as palavras de Béla Guttmann ao deixar o Benfica, nem sou supersticioso. Porém, citando o cineasta norte-americano John Ford, quando a lenda é mais interessante que os factos, imprime-se a lenda e esquecem-se os factos. Para mim, e quanto à equipa principal, diria que na última final perdida a maldição foi o árbitro.
Este título - bem como toda as finais anteriormente atingidas na prova, onde brilharam nomes como Gonçalo Guedes, João Félix, Rúben Dias ou Gonçalo Ramos - demonstra a excelência do trabalho realizado na academia do Seixal. É preciso que saibamos aproveitá-lo, mas também é preciso perceber que, na melhor das hipóteses, apenas três ou quatro daqueles talentosos jovens poderão vir a ser craques no futuro. E que esses três ou quatro não são necessariamente aqueles que mais brilham no imediato, mas, sim, os que mais e melhor trabalharem daqui em diante. Para as suas carreiras, isto não é um fim, apenas um princípio. E nada como começar a ganhar. Que o diga Rui Costa, que se deu a conhecer num Mundial de sub-20."
Luís Fialho, in O Benfica
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