"Belo jogo da nossa equipa em Moscovo, estando à altura do exigido. Foi 'chegar, ver e vencer', sabendo-se que haverá ainda a segunda parte na Luz e que o apuramento para a eliminatória seguinte está por garantir.
Haverá certamente quem tente desmerecer a exibição e o triunfo benfiquistas, menosprezando a competência da equipa do Spartak Moscovo. Porventura os russos ter-se-ão exibido aquém do esperado, mas o que me interessa realçar é algo que me parece evidente: este Spartak não é inferior ao PAOK do ano passado.
A diferença no jogo de estreia desta época e no da transacta esteve na nossa equipa. Na Rússia, ao contrário da 'tragédia grega', impusemos o nosso jogo, fomos coesos e organizados defensivamente, soltos, entrosados nos passes, mais rápidos, soltos, entrosados e criativos no ataque posicional e, sobretudo demonstrámos já ter uma equipa, algo que, no ano passado, só a partir de Março se verificou de forma consistente.
Tal não surpreende. A equipa técnica, outrora recém-chegada, agora mantém-se, e o núcleo duro dos jogadores já está perfeitamente identificado com a ideia de jogo de Jorge Jesus. E as pinceladas de classe de João Mário, mestre no entendimento do jogo, preenchem a tela do nosso contentamento e lustram os esforços dos colegas. Nos seus pés a bola chega e parte redondinha, envolta em carinho e nunca se sentido abandonada ou maltratada.
E uma palavra também para Gonçalo Ramos, que, entrado a frio, fez uma exibição competente, demonstrando inequivocamente a sua validade neste plantel.
Agora, mais do que pensar na segunda mão com os russos, há que redirecionar o foco para a deslocação a Moreira de Cónegos. A receita da vitória é simples: atitude e qualidade patenteadas em Moscovo."
João Tomaz, in O Benfica
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