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sábado, 10 de outubro de 2020

O purgatório


"Ganhar, marcar três golos, mesmo a jogar mal e com muitos erros, faz acreditar que só podemos melhorar

Fim-de-semana com futebol à distância (por WathsApp) é o purgatório. Jantava em Amesterdão enquanto recebia mensagens com as notícias do FC Porto - Marítimo no Dragão. Marítimo a ganhar, Alex Telles a falhar, arbitragem a tentar, este VAR a não variar, minutos de desconto para não terminar, foram tantas as informações que comecei a temer por substâncias psicotrópicas na minha comida. Por fim, chegou o resultado final. Confesso que o foie gras e o tártaro estavam excelentes, nada a dizer do Syrah sugerido pelo chefe. Assim estava perfeito.
Só percebi o alcance estratégico com o fecho do mercado. Afinal Alex Telles veste de vermelho e Nanú é do FC Porto. Com medo de não perceber, até fui confirmar a tabela classificativa.
Contra o Farense, o Benfica fez  a pior exibição da era Jesus. Mesmo para quem viu o jogo em diferido e a saber o resultado, esta exibição não deixa saudades. Foi um suplício (a não repetir) receber as informações ao minuto dos amigos, sem ver o jogo em directo. Por essa razão, este é o mais importante resultado da era Jesus. Ganhar, marcar três golos, mesmo a jogar mal e com muitos erros, faz acreditar que só podemos melhorar. Não deixa de ser agradável discutir as nossas insuficiências exibicionais (e há várias) em primeiro lugar, só com vitórias. O Farense mostrou qualidade na Luz, mas houve muitos menos Benfica daquilo que os adeptos esperam e que Jorge Jesus irá trazer para concretizar a ambição do 38. Seferovic e Weigl saltaram do banco para dar importantes três pontos. Deste jogo fica o susto, a saudade da nota artística e os importantes três pontos. Odysseas esteve muito bem, num jogo que esperamos atípico.
Gostei de ver Jorge Jesus a mexer (três substituições) no minuto seguinte a sofrer o golo. Não tenho saudades de substituições com o minuto marcado, a entrada programada ou o jogo lido do banco independentemente do que está a acontecer. Não estávamos a ganhar, nem a jogar bem (lentos, previsíveis e com muitos passes falhados), era preciso inverter o rumo do jogo e o treinador mexeu de imediato. As sim é melhor, muito melhor.
Quinze dias de paragem do campeonato para todos os gostos: sarar contusões, contar tostões, dar explicações, convencer contratações, mas felizmente não alterar classificações. Quinze dias para preparar a deslocação ao Estádio dos Arcos onde só o melhor Benfica conseguirá vencer.
Fechou um mercado onde o Benfica vendeu muito melhor, comprou melhor e saiu na liderança da classificação rumo aos objectivos. O resto é semântica para encher chouriços e alimentar as almas poluídas do anti-Benfica em programas televisivos que têm de tudo menos jornalismo."

Sílvio Cervan, in A Bola

1 comentário:

  1. Programas muito poluídos, passo por eles e fujo muito rápido nunca vi tantas almas perdidas com espuma na boca de tanta raiva pior que o cov 19 muito pior estar a ouvir cais raivosos nao obrigado.

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