"O Governo francês anunciou esta semana o término da temporada para a Ligue 1 e Ligue 2, respectivamente primeira e segunda ligas francesas de futebol, apesar da Liga Francesa de Futebol ter manifestado interesse em retomar as competições a 17 de Junho. Em entrevista ao “Jornal Económico”, a farmacêutica Lisiane Raffainer, responsável de laboratório microbiológico numa indústria farmacêutica que faz medicamentos derivados do plasma humano (LFB Biomedicament), explicou como foi recebida esta decisão em terras gaulesas: “As pessoas aceitaram sem grandes alaridos e perceberam que existia algo muito mais importante do que terminar uma competição de futebol”.
Esta terça-feira, o primeiro-ministro, António Costa, reuniu com os presidentes da FPF, Fernando Gomes, da LPFP, Pedro Proença, bem como com os presidentes de FC Porto, Benfica e Sporting. Na reunião, que durou cerca de uma hora e meia, estiveram ainda presentes o ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, e os secretários de Estado da Juventude e do Desporto e da Saúde. Para esta quinta-feira, espera-se uma decisão por parte do Governo para a retoma ou não dos campeonatos profissionais.
Sobre a decisão que esta prestes a ser tomada em Portugal e se a mesma for no sentido de retomar os campeonatos, esta farmacêutica de Porto Alegre (Estado do Rio Grande do Sul, Brasil) radicada em França não tem contemplações: “É irresponsável. É extremamente irresponsável. É sabido que, por exemplo, se alguém cuspir no chão, o vírus pode ficar em superfícies algumas horas. Já foi provado que, em metal, o vírus pode ficar até cinco horas. O vírus é transmitido pelo contacto com gotículas de saliva e se imaginarmos um jogo de futebol e aquela que é a distância entre os jogadores, o suor, a comunicação entre adeptos e entre os intervenientes do jogo, dá para perceber o cenário que podemos ter”.
Lisiane Raffainer explica ainda “que podemos ser portadores da Covid-19 sem demonstrar qualquer tipo de sintoma. Vamos imaginar que sou um jogador de futebol, sinto-me bem apesar de ser portador do vírus, e vou transmiti-lo aos meus colegas e adversários. Sabemos que o portador do vírus pode contaminar até quatro pessoas e esse cenário faz com que qualquer decisão de retomar uma actividade como os jogos de futebol seja extremamente irresponsável”.
E se os jogos forem disputados à porta fechada? Esta farmacêutica vê o risco diminuído nessa possibilidade mas ainda assim, o cenário pode ser ameaçador: “Mesmo que esses jogos sejam disputados à porta fechada há sempre o risco de contágio porque os portadores do vírus podem ser pessoas sem sintomas. No entanto, e nessas circunstâncias, o risco diminui porque existem menos pessoas a assistir e a participar. Quanto menor for o grupo de pessoas, menor é o risco de transmissão”."
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