"Muito agrada aos adeptos portugueses a discussão sobre a origem dos principais craques da Selecção Nacional, ainda mais quando serve para enaltecer qualquer um dos três grandes e a sua academia, sendo visto como um dos pontos diferenciadores de gestão e qualidade desportiva.
O SL Benfica viveu por largos anos com o estigma de uma equipa com bastantes estrangeiros e com pouca contribuição para os resultados da Selecção Nacional. Na última década, porém, o paradigma alterou-se de tal modo que, actualmente, é o clube em Portugal que mais jovens oferece à Selecção Nacional, nos respectivos escalões, verificando-se uma continuidade para a Selecção sénior, com inúmeros representantes do clube da Luz ou antigos jogadores que por ali cresceram.
Neste exercício, restringimos o leque das escolhas aos jogadores actualmente vinculados ao SL Benfica ou aos que aí se consideram formados, tendo por base o critério utilizado pela UEFA, o qual estabelece a necessidade de ter sido treinado pelo clube ou por outro clube na mesma associação nacional, pelo menos por três anos entre os 15 e os 21 anos. Assim, entre tantos, ficam de fora nomes como: José Sá, Nélson Semedo, Danilo Pereira, Rony Lopes ou Ricardo Horta.
3 guarda-redes
Bruno Varela – 25 anos, AFC Ajax, por empréstimo do SL Benfica.
O empréstimo ao Ajax, um pouco como se esperaria, não está a trazer os retornos desportivos que necessitava para uma evolução nesta fase da carreira. No entanto, continua a ser dos guarda-redes mais capacitados que o Seixal formou.
André Ferreira – 23 anos, CD Santa Clara.
Ainda jovem, mas já com bastante experiência a nível de Segunda Liga, enquadrado numa equipa bastante consistente, que lhe permitirá nesta fase uma evolução na sombra de um dos guarda-redes mais completos da Primeira Liga.
Fábio Duarte – 21 anos, SL Benfica B.
Procura ganhar o seu lugar nos Encarnados. Não beneficia da aposta em Mile Svilar para a equipa B, o que lhe retira algum espaço de desenvolvimento, no entanto demonstrou enorme qualidade nos últimos escalões de formação.
7 defesas
João Cancelo – 25 anos, Manchester City FC.
A chegada a Manchester e o pouco tempo de jogo originou o seu afastamento provisório da Selecção, em detrimento de Nélson Semedo e de Ricardo Pereira, no entanto continua a ser dos laterais portugueses mais entusiasmantes e irreverentes.
André Almeida – 29 anos, SL Benfica.
A forte concorrência nas laterais tem dificultado a sua chamada à Selecção nos últimos anos. Contudo, pela sua fiabilidade e consistência torna-se num dos laterais mais seguros dos últimos anos do SL Benfica.
Rúben Dias – 22 anos, SL Benfica.
Não só visto como figura preponderante do SL Benfica, como da própria Selecção. Prova disso, o prémio de melhor jogador da Final da Liga das Nações de junho de 2019. Com certeza, um dos futuros capitães de Portugal.
Ferro – 23 anos, SL Benfica.
Temporada algo abaixo das expectativas para o central encarnado. No entanto, caso consiga evoluir, principalmente no 1×1 defensivo e na movimentação, será um dos nomes a ter em conta para o futuro da Selecção Nacional.
Fábio Cardoso – 26 anos, CD Santa Clara.
A meu ver, dos nomes desta lista, o mais merecedor de uma chamada à Seleção. Tem demonstrado grande segurança e qualidade, podendo mesmo deixar os Açores no final da presente temporada.
Roderick Miranda – 29 anos, FC Famalicão, por empréstimo do Wolverhampton Wanderers FC.
Sem espaço na equipa de Nuno Espírito Santo, voltou a encontrar tempo de jogo no Campeonato Português, aparecendo em boa forma nestes últimos meses, tornando-se numa peça de elevada importância para o FC Famalicão.
Pedro Rebocho – 25 anos, Beşiktaş, por empréstimo do Guingamp.
Nunca conseguiu encontrar a sua oportunidade na principal equipa do SL Benfica. Actualmente na Turquia, vinha sendo presença regular até à interrupção do campeonato, procurando uma definição do futuro.
7 médios
“Pepê” Rodrigues – 22 anos, Vitória SC.
Outro elemento desta lista com uma extraordinária época até então. É equilíbrio, segurança e classe na equipa mais entusiasmante do Campeonato Nacional. Contudo, o seu espaço de chegada à Selecção será sempre limitado pelas largas opções de qualidade para a sua posição.
André Gomes – 26 anos, Everton FC.
O Everton desde cedo demonstrou ser o clube ideal para o internacional português se valorizar novamente e voltar às opções de Fernando Santos. Uma grave lesão retirou-lhe grande parte da temporada, no entanto deixou boas indicações no regresso.
Florentino Luís – 20 anos, SL Benfica.
Precisa de jogar com regularidade e de ganhar alguma maturidade especialmente em construção. Qualidade não falta e perspectiva-se um grande futuro e uma excelente opção para o meio-campo defensivo da Selecção nos próximos anos.
Renato Sanches – 22 anos, Lille OSC.
Um exemplo perfeito que, por vezes, é necessário um passo atrás para poder dar dois em frente. No Lille voltou toda a potência, confiança, irreverência e garra, valendo-lhe nova chamada à Selecção, com todo o mérito.
Gedson Fernandes – 21 anos, Tottenham Hotspur FC, por empréstimo do SL Benfica.
Talvez um dos casos em que a polivalência, em tantos casos valorizada, tenha dificultado a sua afirmação. Ora a 6, a 8, na ala ou apoiando o avançado, sempre se mostrou como alternativa e nunca como figura principal. Necessita de mais regularidade e talvez o emblema londrino não seja a opção ideal.
André Horta – 23 anos, SC Braga.
Uma excelente temporada que vinha fazendo André Horta. Aparecendo como dinamizador dos Bracarenses, pautando o jogo, quer de maneira curta ou através de passes longos, mostrando agora consistentemente e de forma mais madura toda a qualidade que mostrou, em espaços, no SL Benfica.
Pizzi – 29 anos, SL Benfica
Tem sido presença regular na Selecção Nacional, rivalizando com as principais figuras do meio-campo de Fernando Santos, procurando o seu espaço e a demonstração do que o leva a indispensável no SL Benfica de Bruno Lage.
6 avançados
Bernardo Silva – 25 anos, Manchester City FC.
Actualmente como uma das figuras da Premier League, restando saber até onde poderá evoluir nas mãos de Pep Guardiola. A sua importância na Selecção Nacional só tende a aumentar cada vez mais.
Gonçalo Guedes – 23 anos, Valencia CF.
As lesões têm travado um pouco do desenvolvimento de mais um craque formado na Luz. Fica sempre a sensação de que poderá dar mais do que o habitual, precisando de maior consistência e regularidade para se tornar num indiscutível da Selecção.
João Félix – 20 anos, Club Atlético de Madrid.
Embora com uma temporada algo conturbada de adaptação, com lesões à mistura, certo é que a sua genialidade continua a aparecer a rasgos. Para bem da Selecção e do clube Colchonero, esperemos que consiga materializar, em consistência, golos e assistências.
Rafa Silva – 26 anos, SL Benfica.
Para aqueles de que vimos coisas especiais, exigimos sempre algo mais. Pelo que não se estranha a desilusão do momento que vinha tendo nos últimos tempos, quando comparado com o início de época brilhante, materializado em assistências, desequilíbrio e golos.
Ivan Cavaleiro – 26 anos, Fulham FC.
Numa das ligas mais intensas do Mundo, uma temporada bastante bem conseguida, procurando o regresso ao escalão principal do Futebol Inglês. Muita explosão e potência de remate, aliado a um maior compromisso táctico, levam a que seja opção indiscutível de Scott Parker.
Nélson Oliveira – 28 anos, AEK.
Nunca conseguiu demonstrar toda a capacidade que se lhe adivinhava ou tornar-se indispensável por onde passou. Contudo, pela positiva temporada na Grécia, com 11 golos marcados e pelas características distintas de todos os demais avançados em análise, merece esta convocatória."
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