"Há mais mérito do que facilidades no apuramento da Selecção Nacional
Não há celebrações na rua, ninguém parece em festa por dentro, não há demonstrações de orgulho nacionalista, enfim, claramente estamos mal-habituados.
Até porque Portugal é por esta altura um caso raro: constitui com os gigantes França, Alemanha e Espanha o grupo dos países europeus que esteve em todas as grandes competições internacionais no novo século (que não começou propriamente ontem).
O que no fundo diz tudo.
A selecção habituou-nos a alcançar o sucesso e o melhor que conseguimos é ficar indiferentes perante mais um apuramento. Por vezes até ficamos aborrecidos com a falta de qualidade técnica.
Parece-me ingratidão. Pelo menos eu, que vivi uma infância inteira com duas fases finais em oito possíveis, sinto que é uma grande ingratidão.
A verdade é que pode não ser sempre bonito, pode não ser sempre perfeito, mas na altura certa Portugal não falha.
Não falhou, por exemplo, nos dois play-offs com a Bósnia, não falhou no play-off com a Suécia, não falhou na recepção à Suíça, no último jogo de apuramento para o Mundial 2018, e não falhou na deslocação ao terreno difícil (e aqui fala-se mesmo do estado do relvado) do Luxemburgo.
A verdade, por isso, é que apurar-se para as grandes competições tornou-se normal e corriqueiro para a Selecção Nacional.
Mas convém não esquecer o essencial: que a história nos diz que há mais mérito do que facilitismos nestas conquistas e que na altura certa Portugal não falha."
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