"Somos os Tri-Campeões nacionais; estamos no primeiro lugar do campeonato há meses a fio; dispomos do plantel mais forte, mais vasto e mais equilibrado; temos um treinador que já ganhou tudo; jogamos em nossa casa, num estádio repleto de fervor e mística benfiquista, ao som do grito incessante de sessenta mil.
Já lá vai o tempo em que sentíamos medo destes confrontos, e destes rivais. Hoje, esse medo está do lado de lá. São eles que se sentem pressionados, e que têm um cutelo sobre o pescoço. São eles que não podem errar nem vacilar. São eles que nada ganham há largos anos, e, afastados de todas as outras provas, jogam aqui a vida. Jogam aqui, na verdade, não uma, mas quatro temporadas. Aqui mesmo, no nosso “Inferno da Luz”.
Dois resultados permitem-nos manter a liderança, e nenhum nos coloca fora de combate. Pelo contrário, ao nosso adversário só mesmo a vitória fará passar adiante. Não iremos deixar!
Nos últimos anos, de 181 jornadas do campeonato, comandámos a classificação em 127, ou seja, em 70% das mesmas. É já um hábito estar na frente. É o nosso lugar. Para manter até ao fim.
É este o jogo que todos esperávamos. O jogo em que, com humildade, de fato-macaco vestido, mas com absoluta confiança, podemos cavar diferenças, e mostrar definitivamente que somos melhores. Em que podemos calar todos os que nos querem mal - os de cima, e os de baixo, cujo empenho em ver-nos perder é idêntico ou ainda maior, e com cuja hostilidade mais vil temos de contar até ao fim.
Vamos, pois, cumprir o nosso destino: vencer e continuar seguros na caminhada rumo ao Tetra. Rumo à história."
Luís Fialho, in O Benfica
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