"Afinal, Jorge Jesus não se julga dono da verdade e é capaz de aprender. Apesar de, nos seis anos que passou no Benfica, não ter tido a capacidade de perceber o contexto em que estava inserido, insistindo em desprezar as orientações estratégicas do clube consubstanciadas no desejo de aproveitamento do trabalho desenvolvido no Seixal, hoje, 17 meses volvidos da sua chegada a Alvalade, demonstra claramente que entende os traços identitários do clube que o contratou. Sabemo-lo porque, numa entrevista ao jornal espanhol Marca, respondendo a uma questão sobre a importância dos jogadores do Sporting na selecção nacional, afirmou, num 'portunhol' ridículo, que Fernando Santos, no Europeu, 'tirou o melhor de cada um dos jogadores do Sporting, porque do Benfica nem um'. Ou seja, perfeitamente identificado com os valores leoninos, reclamou, para o seu clube, dois títulos vãos - a relevância de atletas sportinguistas num título da selecção e, sem que lhe tenham perguntado, a irrelevância de atletas benfiquistas para o mesmo. À Sporting, portanto, esqueceu-se de referir um dos artífices da conquista portuguesa, André Gomes, por si menosprezado e, por isso, desterrado em Valência. Também Eliseu, titular em duas partidas em França. Renato Sanches, tão-só o autor do golo de Portugal nos quartos-de-final frente à Polónia e considerado o melhor jogador jovem do torneio.
E por falar em desonestidade intelectual, ou talvez senilidade, o protagonista do 'apito dourado' reclama agora por melhores arbitragens. É preciso muita lata, mesmo para um dragão sem fogo (nem sequer cuspo ou vapor), para evocar o que quer que seja neste domínio..."
João Tomaz, in O Benfica
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