"Uma águia de duas cabeças em Istambul. Um olhar ainda para um FC Porto que teima em não encontrar-se.
O bom que o Benfica fez em Istambul foi apagado por uma última meia-hora desastrosa.
Rui Vitória irá certamente procurar (e encontrar) as respostas à pergunta que todos fazem desde o apito final do encontro de quarta-feira: como foi possível deixar-se empatar depois de estar a vencer por 3-0?
Foi uma águia de duas faces, ou melhor, de duas cabeças aquela que defrontou o campeão turco.
Os encarnados entraram na segunda parte da mesma forma que na primeira, e criaram oportunidades para dilatar a vantagem. Haverá então várias questões, e não apenas uma.
Terá havido deslumbramento com o atual momento da equipa e com as facilidades aparentes que o encontro apresentava?
Por que o Benfica manteve a aposta na vertigem e num jogo mais partido, quando podia ter baixado ritmos e optado por controlar mais o jogo e, com isso, também o resultado?
Não terá ainda Rui Vitória convidado o Besiktas ao ataque com as substituições?
Abdicar da agressividade de Gonçalo Guedes (e da relativa frescura de Cervi) e forçar a entrada de um Rafa a precisar de minutos, com o lado direito exposto à quebra de Salvio, e onde Tosun começou a fazer miséria, beneficiando também da companhia de Quaresma mais perto do fim, poderá ter sido também decisivo na recuperação turca.
O treinador certamente irá aprender algo deste jogo, tal como os jogadores.
Uma conclusão é evidente: o Benfica não pode deixar-se empatar depois de ter chegado a uma vantagem de 3-0, exatamente como não podia ter acontecido com o Sporting em Guimarães, se estendermos a comparação à Liga. Por muito mérito que tenham os adversários (e tiveram-no) há que saber controlar o jogo.
No que diz respeito ao FC Porto, está aqui por novo empate frente ao FC Copenhaga. É verdade que não perdeu, e mantém-se a depender apenas de si para garantir o apuramento na segunda posição, mas chegar à última jornada neste grupo sem ainda ter feito a festa e, sobretudo, com dois pontos em seis possíveis frente aos dinamarqueses é medíocre.
Claudio Ranieri, o treinador do Leicester, resume tudo numa frase: «Vencedores do grupo, como é possível?»
Pois.
A primeira parte voltou a ser dececionante e, apesar de uma outra oportunidade desperdiçada, também a segunda sabe a pouco.
Ganhar agora garante os oitavos, ou o Dragão ficará a depender do que o FC Copenhaga fizer. A margem de erro, num grupo extremamente acessível, é zero.
Comparando com o Benfica, o emblema da Luz está em situação semelhante. Compete num grupo acessível, e o apuramento, a ser concretizado, chegará no limite.
Não ganhar um jogo ao Besiktas - apesar das condicionantes nos lesionados, sobretudo no jogo da Luz - também parece fraca prestação. A única diferença é que ainda pode chegar ao primeiro lugar, e que terá mostrado, aqui e ali, um pouco mais de intensidade e futebol jogado do que os grandes rivais."
Sem comentários:
Enviar um comentário
A opinião de um glorioso indefectível é sempre muito bem vinda.
Junte a sua voz à nossa. Pelo Benfica! Sempre!