Últimas indefectivações

sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Estranho

"(...)
Primeiro a jogar esta semana, também o Benfica conseguiu chegar ao objectivo de vencer pela segunda vez o Dínamo de Kiev, impressionando mais pela maturidade com que geriu os vários momentos do jogo do que pelo brilho com que ligou apenas meia dúzia de jogadas.
Com média de idades igualmente baixa (23,8 anos) em fez dos jogadores da equipa (porque neste caso é Luisão, com os seus 35, que altera tudo...), onde o Benfica está a surpreender a Europa é no talento e na capacidade que mostra na defesa, onde, ao contrário de Sporting e FC Porto, apresenta um guarda-redes muito jovem (Ederson tem 23 anos) e nada mais nada menos do que mais três jogadores abaixo dessa idade: Nélson Semedo e Lindelof têm 22, e Grimaldo tem 21.
Acredito que não haja na Liga dos Campeões muitas equipas com três jogadores tão jovens nos quatro da defesa, a juntar a um guarda-redes invulgarmente tão novo também, capazes de estranhamente, dar já tanta qualidade à equipa. É espantoso!

Se acrescentarmos a esse quatro os nomes de Gonçalo Guedes e Cervi (já agora, com 19 e 22 anos...) e ainda o de Mitrolgou, sobem então para sete os jogadores que nasceram para a titularidade no Benfica já no reinado de Rui Vitória, o que torna impossível não atribuir ao treinador campeão no mínimo o mérito de os conseguir ligar emocional e tacticamente ao tal fortíssimo compromisso de equipa que o Benfica vai exibindo praticamente desde o início da época e que o tem levado a ultrapassar dificuldades competitivas e a maior onda de lesões simultâneas de que há memória na Luz...
E por falar nisso, duas notas finais: o surpreendente regresso em grande de Luisão - como não o ver como verdadeiro líder quando em seis jogos oficiais com ele a equipa sofreu apenas um golo, e de penalty, do 1.º Dezembro? E a surpreendente longa ausência de Jonas, na minha opinião ainda muito mal explicada (ou nada explicada) por quem permitiu que ele regressasse no jogo com o Nacional (89 minutos em campo, a 27 de Agosto) para imediatamente a seguir voltar... a hibernar.
É, no mínimo, estranho.
No mínimo."

João Bonzinho, in A Bola

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