"Finalmente acabou o inferno de um mercado que este ano prometia ser ainda mais desestabilizador. Este mercado aberto, com as provas a decorrer, é um disparate onde quem ganhar não são nem os clubes, nem os jogadores, nem as competições.
Sempre discuti com os meus amigos sportinguistas argumentando que Jorge Jesus substituía com razoável eficácia João Mário e até Slimani, e que só a venda de Adrien seria problemática (que o digam os grandes sportinguistas José Alberto e Luís Coutinho). Os jogadores excepcionais são os que jogam sempre bem, e não os que aparecem mais vezes nos títulos dos jornais. Bas Dost é melhor que Slimani. Markovicé tão bom como João Mário. O Sporting sai muito forte deste fecho de mercado.
O Benfica ganhou sem deslumbrar na Madeira, mas os três pontos eram essenciais. Não há razões para euforia nem para alarmismo. O Benfica tem bons jogadores, há muita qualidade e matéria-prima para se fazer uma temporada em linha com as exigentes expectativas dos adeptos. A contratação de Rafa, nos últimos minutos de mercado, acrescenta qualidade e soluções. Mas como foi o próprio jogador que quis ir para o Benfica acrescenta também alma e vontade que serão decisivos na luta pelos títulos este ano.
Estranho esta massa adepta do FC Porto, que no último ano festejava a derrota com o Sporting em casa, num jogo onde foi bem mais prejudicado, e este ano atira-se ao árbitro por ter perdido com o mesmo Sporting. Nunca sabemos quando os portistas querem ganhar ou quando querem que o Benfica não ganhe. Por mim, não me desvio, continuo a considerar o FC Porto candidato ao título, mesmo sem os desejados e falhados Rafa e Mangala, até porque sem Aboubakar, Reyes, Indy e Licá, que saíram, o FC Porto fica mais forte.
Pode ser um grande campeonato. Espero que sim e de preferência que termine tetra... Digo 36..."
Sílvio Cervan, in A Bola
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