"1. Antecedendo o jogo capital da Liga entre as duas melhores equipas, o jogo que o Benfica venceu no Restelo foi importante para o que espero: o bicampeonato. Nestas alturas não sei fazer prognósticos, apenas formular desejos. Que o Benfica vença. E, se possível, convença.
2. O meu clube tem tido, nos últimos tempos, uma actuação bipolar. Empolgante, com elevada nota artística jogando na Luz. Mais retraído, algo sofredor e com menos concentração jogando fora. A partida com o Belenenses valeu pelo pragmatismo e pelo resultado. No domingo, é necessário mais e melhor.
3. Jonas é, de facto, um belíssimo atleta. Eficaz, inteligente, sóbrio, fazendo do futebol uma coisa simples nos movimentos, passes e posições. Joga para a equipa sem exigir que a equipa jogue para ele. Tem uma leitura integral do que deve ser um jogador moderno: a atacar, a desmarcar, a rematar e até a defender, combinando a individualidade com a totalidade. Além disso, joga sem futilidades, sem adereços parvos ou penteados folclóricos.
4. Vi o jogo pela televisão. E ouvi, incrédulo, alguns comentários do canal que transmitia o jogo em directo e 'pormenores' que, aliás, são habituais nos jogos do Benfica. Dois exemplos: aos 10 minutos Samaris tinha feito duas simples faltas. Comentário sentenciado (ou desejo?): «mais tarde ou mais cedo não escapa ao amarelo que o retira do próximo jogo». E sobre um suposto penalty por invocada falta de Luisão, ouvia-se, em breves minutos, esta montanha russa: 'penalty por assinalar + há dúvidas + o ângulo não é o melhor + talvez tenha tocado na bola + mas não sei + duvidoso'. Em que ficamos?"
Bagão Félix, in A Bola
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