"Um dos argumentos que os falsificadores da verdade desportiva mais utilizam para demonstrar que o Benfica tem beneficiado de uma alegada protecção dos árbitros, é o de que a equipa de Jorge Jesus terminou oito dos seus 22 jogos do campeonato, em situação de vantagem numérica. É verdade, mas os números, se alguém se der ao trabalho de os verificar, demonstram, talvez, uma realidade alternativa e que não é compatível com a triste campanha que se manifesta nas televisões e nas redes sociais.
E que outras verdades é que se escondem atrás desses números. Estas, por exemplo. O FC Porto, com quatro expulsões que o beneficiaram no campeonato esteve um total de 74’ em vantagem numérica, enquanto o Benfica, nos seus oito jogos em que beneficiou de igual estatuto, esteve em vantagem numérica um total de 112 minutos. A diferença entre Benfica e FC Porto é, actualmente, de 28 minutos de tempo de jogo.
Porém, como bem se sabe, esta campanha já dura há várias semanas e o que se verifica é que aquilo que verdadeiramente separa o Benfica do FC Porto em tempo acumulado de vantagem numérica sobre os adversários apenas no último fim de semana se desequilibrou, com a merecida expulsão de André Simões.
Portanto, imagine-se o logro deste argumento. Durante semanas a fio, comentadores clubísticos e não clubísticos insurgiram-se contra o número invulgar de expulsões de que o Benfica seria o escandaloso beneficiário. Porém, até à expulsão de André Simões, o que se verificava é que o FC Porto beneficiara de maior tempo de jogo em vantagem numérica (74’ contra os 72’ amealhados pelo Benfica).
Mas há mais. Das quatro expulsões verificadas em equipas que defrontaram o FC Porto, três delas ocorreram antes do período terminal dos respectivos jogos. Vamos considerar esse período terminal os últimos cinco minutos do tempo regulamentar e ainda os descontos. No caso do Benfica, verificou-se que também o clube das “águias” beneficiou dessa vantagem numérica antes da fase terminal dos seus encontros em quatro dos oito jogos descritos. Mais uma vez, a expulsão de André Simões desequilibrou uma situação de empate técnico entre Benfica e FC Porto. De facto, este colo de que se fala é muito estranho.
Porém, existe ainda mais um argumento que pode e deve suscitar alguma discussão. Até ao jogo em que os dois candidatos ao título se tinham defrontado, o FC Porto ainda não tinha beneficiado de nenhuma expulsão, ao contrário do Benfica que já tinha estado por cinco vezes em situação de vantagem numérica.
Porém, depois do resultado que se verificou no estádio do Dragão, alguma coisa mudou nesta estatística. Nos seis jogos a seguir à vitória do Benfica, a equipa portista beneficiou das quatro expulsões que lhe permitiram ficar em vantagem numérica. Quatro expulsões em seis jogos. Não existe, no actual campeonato, nenhum registo semelhante de tantas expulsões terem beneficiado uma equipa em tão curto espaço de tempo.
E o que aconteceu ao Benfica, desde que ambos candidatos ao título se defrontaram? Três expulsões em equipas adversárias. Uma delas, contra o Gil Vicente, aos 93’.
Se me perguntam o que é o colo no futebol, então eu respondo: O colo é isto. O resto é folclore e mau perder."
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