"1. Confesso que o que mais espécie me faz nesta pantominice da profissionalização dos árbitros que lhes serão atribuídos subsídios de refeição.
A questão pode ser de somenos, mas não é. Se pensarmos que na sua grande maioria os árbitros portugueses (e não só,) têm direito a refeições pagas nas marisqueiras de Matosinhos, e cafézinho oferecido numa tal casa da Madalena sempre em frente, há que dizer que não se justifica de forma alguma a atribuição de tal subsídio.
Sob o risco de mais uma vez a classe da arbitragem ser considerada uma classe de privilégio.
2. Certa vez, Paulo Bento disse que profissionalizar estes árbitros que temos era profissionalizar a incompetência.
Estaria quase de acordo, mas tenho dificuldade em qualificar malfeitorias de incompetência. Ou melhor: estes árbitros demonstram em determinados jogos uma notável competência, beneficiando sempre o clube do Sistema (ou do regime corrupto) e nunca cometendo erros que possam prejudicar o clube do Sistema.
Sabendo todos nós que o clube do Sistema é o Porto, parece-me de elementar justiça que seja o Madaleno a pagar do seu bolso os futuros profissionais. Afinal, eles já trabalham para ele."
Afonso de Melo, in O Benfica
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