" “É uma prova com 16 equipas e 30 jogos – e no fim o campeão é o FC Porto.” Assim se podia definir a Liga portuguesa.
Aconteça o que acontecer, o Porto é (quase) sempre campeão. O Benfica pode jogar melhor, marcar mais golos, ter um futebol mais entusiasmante, mas não serve de nada.
Na véspera do jogo com o Estoril, o treinador portista tinha dito que o Benfica ganharia “de qualquer maneira”. Afinal foi o Porto a ganhar de qualquer maneira em Paços de Ferreira. De um erro clamoroso do árbitro à passividade da equipa da casa, viu-se de tudo na capital do móvel. “Ou vai ou racha”, é o lema do Dragão.
Que diferença entre o Estoril que empatou na Luz e o Paços de domingo passado! Uns pareciam ter tomado cafés duplos, corriam endiabrados, os outros pareciam encharcados em Xanax.
De todos os modos, pode dizer-se que esta época acrescentou prestígio ao Benfica, que brilhou nacional e internacionalmente, e não trouxe quase nada ao FC Porto. A prova disso é que o Benfica quer conservar o treinador, mesmo perdendo, e o Porto quer despedi-lo, mesmo ganhando. Sente-se que o Benfica está em crescendo e o Porto em declínio. Matic e Lucho ilustram esta verdade: um evoluiu e mostra-se pujante, o outro é um talento já cansado.
Esta vitória do Porto no campeonato faz lembrar o título de Trapattoni no Benfica: os portistas festejaram mas não gostarão de recordar esta época. Foi um êxito envergonhado. Uma vitória chochinha, chochinha.
Agora, para a época terminar “em beleza” para o Benfica, só faltava perder a Taça de Portugal no minuto 90+2."
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