"No momento em que esta edição chegar às bancas, já será conhecido o desfecho da meia final da Liga Europa. Já saberemos se o Benfica regressou a uma Final, 23 anos depois de Viena, ou se, pelo contrário, se quedou por uma presença honrosa - que, em condições normais, será suficiente para na próxima temporada nos colocar como cabeça-de-série do sorteio da Fase de Grupos da Champions League, e como brilhantes sextos classificados no ranking da UEFA, apenas superados por Barcelona, Bayern de Munique, Real Madrid, Manchester United e Chelsea.
Independentemente do que a frente europeia nos tenha reservado, o principal objectivo da temporada (a conquista do Campeonato) está cada vez mais perto de ser atingido. Há umas semanas atrás, nestas mesmas páginas, referi ser minha convicção que cinco vitórias consecutivas seriam suficientes para, senão festejar o título, pelo menos encomendar as faixas. Essa série de cinco jogos termina justamente na próxima segunda-feira, quando, no nosso Estádio, recebermos uma das grandes revelações da época: o Estoril-Praia.
Caso consigamos ultrapassar esta etapa - cuja dificuldade, para além do valor do adversário, encontrará razão no desgaste do jogo com o Fenerbahçe, e de toda a época cada vez mais longa -, entraremos no Estádio do Dragão com uma vantagem que nos põe a salvo, quer de uma noite menos conseguida, quer dos subterfúgios a que o FC Porto recorre quando vê as coisas escaparem ao seu controlo (chamem-se Proenças, Casagrandes ou bolas de golfe). Pelo contrário, uma escorregadela diante do Estoril deixar-nos-á à mercê de todos esses factores, podendo pois dizer-se que - segunda-feira sim - estamos perante 'o' jogo do título. Importa deste modo perceber a relevância da ocasião, e criar uma onda de apoio capaz de, a partir das bancadas, ajudar a equipa a chegar à vitória. Um Estádio cheio será a força suplementar que, depois de tanto mar (como dizia Chico Buarque), nos conduzirá à terra prometida e ao cheiroso alecrim da festa."
Luís Filho, in O Benfica
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