"Imagine-se que o resultado estava 0-0 e não aparecia nem Salvio, nem outro companheiro para 'remarcar' o golo. Que consequência? Óbvia, menos dois pontos...
JÁ lá vão oito anos, mas, de repente, o que se passou no Estádio da Luz, a 17 de Outubro de 2004, volta à colação e, outra vez, devido a erro grosseiro de arbitragem.
Na temporada 2004/2005, decorria a 6.ª jornada com honras de clássico: Benfica-FC Porto. Resultado final, 0-1, com golo de McCarthy, ao minuto nove.
O problema é que, mais adiante, Petit rematou de longe e Vftor Baía voou para o interior da sua baliza na infrutífera tentativa de evitar o golo do empate que não contou pela simples razão de Olegário Benquerença, o árbitro do jogo, ao captar o lance de ângulo extraordinário, ter tido o engenho de não ver o que foi uma evidência para quem se sente capaz de assistir a um jogo de futebol sem perda de lucidez.
A manchete de A BOLA do dia seguinte expressou a realidade da situação - «Foi golo!» -, mas, à falta de imagens televisivas esclarecedoras, a dúvida foi habilidosamente adornada até se transformar em coisa irrelevante e ser despejada na lixeira das incomodidades.
Mesmo com esse prejuízo pontual, um Benfica preso por arames, comandado pela fina sabedoria de Trapattoni, foi campeão nacional, o primeiro no ministério Luis Filipe Vieira, e o assunto acabou por diluir-se no tempo.
Anteontem, porém, outra benquerençada aterrou na Luz, a demonstrar que o vírus continua por aí.
Creio não ter a asneirada do árbitro Capela colhido o reparo devido.
A marcha do marcador que, na altura, assinalava urna vantagem de dois golos para o Benfica, jamais pode ser esgrimida como atenuante.
O que a Sport TV mostrou, o que A BOLA escreveu e o que eu vi só admite uma conclusão: o terceiro golo 'pertence' a Lima!
Porque ele rematou para a baliza adversária e o defesa pacense Ricardo jogou a bola, inequivocamente, além da linha de baliza.
Devia ter sido o terceiro do Benfica, mas não foi.
Salvio, de supetão, recargou e confirmou o golo, a bem da verdade... Tudo esclarecido? Errado, o lance é uma descarada mentira que não pode ser engolida pelo esquecimento.
Imagine-se que o resultado estava em zero-zero e não aparecia nem Salvio, nem outro companheiro para 'remarcar' o golo. Que consequência?
Óbvia, a perda de dois pontos como se verificou há quase oito anos...
NA primeira reacção sobre os incidentes de Guimarães, o presidente da Liga de Clubes, Mário Figueiredo, disse o seguinte: «É lamentável que alguns políticos só se sirvam do futebol para passearem pelas zonas VIP (...) mais preocupados em defender o monopólio - o abuso da posição dominante - e em aproveitar-se do futebol do que em servir, com sentido de Estado e responsabilidade, o sector que mais promove Portugal»; «está na altura de encontrar novos actores para a tutela desportiva»; «há uma aliança para destruir a Liga e que tem como ponta de lança os próprios responsáveis pela tutela do desporto em Portugal»; «abertura à concorrência do mercado dos direitos de transmissão televisiva». E acerca da pancadaria em Guimarães? Nada lhe ocorreu de mais interessante do que despejar o ónus sobre as costas do Governo? Quer dizer que comportamento dos clubes neste caso particular tem sido exemplar? Posição estranha, quando o próprio presidente vimaranense decide, primeiro, não requisitar força policial e promete, agora, dar caça aos responsáveis até ao limite das suas capacidades, «sejam eles quem forem»...
A jornada vinte, que abre a porta de entrada ao último terço do campeonato, reuniu dois jogos de reconhecida importância: o FC Porto (1.º) - Rio Ave (5.º) e o Benfica (2.º) - Paços de Ferreira (3.º). Justificado entusiasmo em redor de especial tivesse acontecido. Ganharam os mais fortes, face a digno desempenho dos mais fracos. Aqueles tiveram de aplicar-se a estes, embora derrotados, saíram de cabeça levantada, conscientes do dever cumprido com distinção. Ao destacar o atrevimento de vila-condenses e pacenses mais deprimente se me afigura a Briosa na visita que fez à Luz na outra semana. É uma opinião reiterada, apesar dos insultos e ameaças que as chamadas redes sociais da cidade dos doutores e engenheiros queiram vomitar...
PS. O Benfica joga amanhã a meia-final da Taça da Liga e o FC Porto espera por uma decisão do Conselho da Justiça. Será que vai haver final, esta época?..."
Fernando Guerra, in A Bola
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