"O SLB doi a Dusseldorf assinar um memorando de entendimento com alemães... de Fortuna.
Após os cumprimentos da praxe, as delegações iniciaram a sessão com troca de galhardetes, perante uma bundestroika para actuar em caso de violação do memorando e como recurso de última instância. Estava-se ainda na fase de diagnóstico, quando o chefe da dita troika resolveu entregar uma carta a Garcia com aviso de recepção. Tal foi entendido por Luisão, chefe do luso grupo, como uma limitação intolerável de soberania, pelo que se lhe dirigiu em tom especulativo. Fischer - assim de chama o teutónico - temeu um haircut semelhante ao de Luisão, de tal sorte que caiu inanimado com - julga-se - um colateral eurobound na mão.
Por instantes, os estabilizadores automáticos não funcionaram e o pacto de estabilidade e crescimento foi violado. Se a (não) estabilidade só durou 9 segundos, o crescimento (do calmeirão) provocou um défice na massa (cinzenta) do homem, que se viu grego para se levantar. Resgatado por milagre, o alemão balbuciou: «Foi como se tivesse batido numa parede.» Sentiu mais força do velho escudo do que a injecção de novos euros. Encerrou o encontro, esterilizou a massa associativa do Fortuna no mercado secundário (leia-se: bilheteiras) e enviou relatório para a Chancelarina.
Hélas! Por uma vez, o marco alemão (disfarçado de euro) foi derrubado pelo escudo (com prata da casa). A Comissão Europeia considerou tal facto «uma experiência inspiradora para o futuro do euro». E a Grécia reclama por um Luisão para evitar a bancarrota.
P.S. Portugal-Panamá, três dias antes do começo da Liga. Que fortuna!"
Bagão Félix, in A Bola
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