"O futebol não foge à crise, designadamente em Itália. O Milan que nos últimos 26 anos, sob a presidência de Sílvio Berlusconi, conquistou títulos, muitos títulos, nacionais e internacionais (só Ligas dos Campeões foram cinco), vai reduzir a folha de salários em 40 milhões de euros/ano, vendendo e dispensando os jogadores mais caros: Ibrahimovic, Thiago Silva, Nesta, Gattuso, Inzaghi, Seedorf, Van Bommel, Zambrotta...
Para os substituir, recorrerá à prata da casa e a elementos low cost. Com o fair play financeiro à porta, concluiu que não pode competir no mercado com os xeques do petróleo ou os magnatas russos e que tem assim mais tempo para programar o futuro sem a incumbência de sonhar com a Liga dos Campeões. É um Berlusconi estilo Mario Monti aquele que anuncia aos milanistas que «não há recursos para gerir o clube como no passado e que o momento económico que vivemos não permite fazer investimentos loucos».
Por sua vez, o Inter seguiu outra via: vendeu ao chinês Fengchao Meng, presidente da China Railway Construction, por 55 milhões de euros, 15 por cento do capital que pode depois chegar aos 40. A família Moratti, que detém 98,2 por cento das acções, continuará de todo o modo a manter o controlo do clube. O acordo prevê a construção de um estádio privativo na zona de Rho, nos terrenos que serão utilizados para a Expo-2015. Desde que comprou o clube a Ernesto Pellegrini em Fevereiro de 1995 e fazendo as contas a todos os aumentos de capital para sanear os prejuízos sucessivamente acumulados, Moratti gastou até 2011 no Inter 1160 milhões de euros! Uma loucura. E os tempos não estão para loucuras."
Manuel Martins de Sá, in A Bola
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