"Presidente dos encarnados estará este sábado na Suíça onde se encontrará com sócios e adeptos
Rui Costa vai este sábado sentir o pulso ao Benfica. A ida à Suíça e a França vai servir ao presidente para perceber o estado de espírito da nação encarnada. Podemos sempre achar que há diferenças entre o benfiquista helvético e o gaulês que vive o clube à distância, daquele que se senta e participa nas Assembleias Gerais do clube na Luz. Haverá muita verdade nisso, até porque o indivíduo contestário, seja no Benfica ou numa outra associação, é por norma mais participativo e audível do que a sua contraparte.
Na entrevista que concedeu aos jornalistas, a qual me incluiu, Rui Costa deu a entender que o tempo era a melhor estratégia para voltar a ter os sócios, adeptos e simpatizantes com ele. O que, como se vê pela entrevista de Mauro Xavier nas páginas de A BOLA hoje, pode ser manifestamente diferente de estar com a direção que lidera. Ou dito de forma mais clara, com algumas das pessoas que fazem parte da estrutura encarnada. Com a equipa a ter duas exibições relativamente boas nesta pré-época, e essa ideia de o tempo e ânimo novo curar feridas, estranha-se até alguns timings, com a direção encarnada, não pelo seu líder, vir a público falar de temas que reacendem todas as discussões na Luz.
Já o disse e repito: nenhum presidente, do Benfica ou de outro clube, deve estar dependente do resultado da equipa de futebol. Deve ser votado pela sua estratégia, visão e, obviamente, claro que sim, também pelos resultados: desportivos e não só. Por norma, os primeiros mencionados vêm à cabeça e, neste caso, foi esses que Rui Costa se propôs a dar prioridade.
A ambição desportiva de uma equipa é tão grande quanto a sua saúde financeira, pelo que, na realidade, as duas têm de andar lado a lado. O Benfica ganha mais dinheiro se, por exemplo, for mais longe na Champions, mas para ir mais longe na Champions tem de ter dinheiro para investir em jogadores, seja em contratações, seja nos que já estão no plantel ou vêm da formação.
Ao caminho para atingir esse equilíbrio chama-se, lá está, estratégia: para ser-se superior no campeonato interno e ir diminuindo a diferença para quem está no topo lá fora. Por isso, mais do que responder sobre a venda A ou a compra B, Rui Costa devia hoje explicar aos benfiquistas qual é mesmo o plano de desenvolvimento para ali chegar.
E já agora, estando Rui Costa no clube e na SAD, líder de um e de outra, não devia restar dúvidas a ninguém onde reside o poder, como deu a entender um seu vice-presidente."
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