"O aumento da procura por ajuda psicológica entre jogadores de futebol reflecte a complexidade do cenário atual do desporto, marcado por múltiplas pressões que afectam a saúde mental dos atletas. Estudos apontam que a pressão incessante dos adeptos e dirigentes, na busca por resultados e vitórias, impõe uma carga emocional intensa sobre os jogadores, resultando frequentemente em ansiedade e stress. Além disso, a exposição constante nas redes sociais e nos meios de comunicação amplifica tanto os elogios como as críticas, criando um ambiente de julgamento permanente que pode prejudicar a autoestima dos atletas.
A vida dos jogadores torna-se cada vez mais pública, o que gera uma sensação de falta de controlo sobre a própria imagem e narrativa, aumentando a ansiedade e a insegurança. A profissionalização do futebol exige dedicação integral, muitas vezes em detrimento do lazer e da vida social, o que pode levar ao isolamento e solidão. Embora os salários elevados proporcionem benefícios financeiros, a busca por sucesso e reconhecimento pode obscurecer a paixão pelo desporto, gerando ansiedade e insatisfação.
A pandemia de COVID-19 intensificou estes desafios, exacerbando o isolamento social e a incerteza, evidenciando a importância do acompanhamento psicológico adequado. Além disso, a constante exposição e adulação podem alimentar traços narcisistas, que, apesar de úteis em alguns aspectos do desempenho, podem levar a problemas de relacionamento e crises de identidade, especialmente em casos de lesões ou aposentadoria.
A cultura do futebol, caracterizada pela extrema competitividade e necessidade de demonstrar força, contribui para um ambiente onde os jogadores relutam em expressar vulnerabilidades, agravando o estigma relacionado à saúde mental e dificultando a busca por tratamento adequado."
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