Últimas indefectivações

domingo, 13 de novembro de 2022

Procura-se o rasto do dinheiro


""O Ministério Público e a Autoridade Tributária realizaram, no início da semana, várias buscas na cidade do Porto, no âmbito da “Operação Prolongamento”, uma investigação judicial que incide sobre os negócios feitos pelo presidente do FC Porto com um dos sócios do Grupo DESFO, que detém, entre outras sociedades, a cadeia de lojas “Hôma” que sucedeu ao “DeBorla”.
Mas não terá sido nos produtos disponíveis para o recheio de uma casa que a procuradora Joana César de Campos, que conduziu a diligência, estava interessada, mas sim, ao que a VISÃO apurou, em negócios imobiliários feitos pelo presidente do FC Porto, Jorge Nuno Pinto da Costa, nomeadamente na assinatura de contratos-promessa de compra e venda de apartamentos e posteriores cessões de posições contratuais. A casa do empresário e sociedades por si controladas, terão sido recolhidos os alvos das buscas.
Segundo o Ministério Público alegou nas buscas de setembro de 2021, pelo menos desde o ano de 2012, vários agentes desportivos, entre eles José Pedro Pinho e Alexandre [Pinto] da Costa acordaram com Jorge Nuno Pinto da Costa em desenvolver um esquema a gerar proveitos indevidos na esfera do referido dirigente, agentes e sociedades conexas(…)”, sendo que tais agentes terão aceitado “devolver aos dirigentes do mesmo clube, designadamente a Jorge Nuno Pinto da Costa, parte dos montantes cobrados pela sua intervenção como intermediários nesses negócios”. De acordo com informações recolhidas pela VISÃO, a investigação suspeita que algumas verbas terão sido investidas na compra de apartamentos.
Para o MP, o empresário Pedro Pinho era frequentemente chamado “a realizar pagamentos de despesas não documentadas no alegado interesse do FCP”, “bem como se suspeita que Pedro Pinho realize atribuições para a esfera pessoal de Jorge Nuno Pinto da Costa”. O procurador diz que, neste último caso, as suspeitas dizem respeito à “forma” como o empresário confere ao presidente do FCP Porto “direitos sobre imóveis”, os quais poderão passar pela cedência de posições contratuais sobre, por exemplo, contratos de compra-venda.
A Operação Prolongamento, recorde-se, nasceu do processo “Cartão Vermelho”, que tem Luís Filipe Vieira, ex-presidente do Benfica como principal arguido. As escutas telefónicas realizadas desde, pelo menos 2018, levaram o Ministério Público a partir a investigação em três: os negócios do Benfica; os direitos de televisão negociados com a Altice e, por fim, os negócios do FC Porto com jogadores.
Ao contrário do “Cartão Vermelho”, a “Operação Prolongamento” ainda não tem arguidos constituído mas, a avaliar pelos alvos das buscas de setembro de 2021, tudo indica que Pedro Pinho, Jorge Nuno Pinto da Costa, Alexandre Pinto da Costa, Adelino Caldeira e Fernando Gomes (estes dois últimos são administradores da SAD do FC Porto) possam adquirir tal condição.
A VISÃO contactou o grupo DESFO para obter uma reacção dos sócios – Jaime Rocha e Álvaro Rola – mas não obteve qualquer resposta."
Texto de: Revista Visão"

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