Últimas indefectivações

quinta-feira, 2 de junho de 2022

Alles gutte, Roger


"Que tudo te corra bem. Se isso acontecer, é sinal de que a vida nos vai sorrir - a nós, benfiquistas, e ao maior clube de Portugal. Aos 55 anos, chegas ao Sport Lisboa e Benfica depois de uma carreira modesta (mas marcantes) que começou no quase desconhecido Delbrucker SC, passou pelo histórico SC Preussen Munster (um dos clubes fundadores da Bundesliga) e chegou em 2007 ao SC Paderbon. Aí ficaste até 2010, tendo chegado na época seguinte ao Red Bull Salzburgo, pela mão de Ralf Rangnick, o estratega elogiado em toda a Europa, mas que não vingou no Manchester United deste ano.
Em 2014 assinaste como treinador principal de um velho conhecido do Glorioso, o Bayer Leverkusen, e aí ficaste até 2017, protagonizando um dos momentos mais insólitos do futebol alemão. Na época de 2015-16, em 21 de Fevereiro, num jogo com o Borrusia Dortmund, contestaste a marcação de uma falta que originou o golo do adversário. Discutiste com o árbitro Felix Zwayer, recebeste ordem de expulsão e recusaste-te a abandonar o banco. O jogo foi interrompido, as equipas recolheram aos balneários, e a partida só oito minutos depois viria a ser reiniciada, já contigo na bancada. Cuidado, Roger! No futebol português, pelo que temos vindo a assistir nas últimas duas épocas (e tem sido imagem de marca desde os anos 19080), a farsa e a mentira desportiva imperam, por isso espero que venhas preparado para a luta.
Em 2017 mudaste-te para a China, para o Beijing Guoan e, dois anos depois (quando saíste do clube) até tivesse os adeptos a despedirem-se de ti no aeroporto. Gostaram da tua entrega e do teu futebol de ataque, mas não foi suficiente para ficares. Até que, em 2020, foste apresentado como técnico principal de outro nosso velho conhecido, o PSV Eindhoven.
Com todo o respeito que os clubes anteriores me merecem, deixa-me confessar-te uma coisa: o SL Benfica não tem comparação com o teu passado. Já deves ter percebido quando chegaste ao aeroporto, em Lisboa. E vai entender a cada dia que passes connosco. O Glorioso não tem igual, é o ganha-pão da comunicação dos aziados, mas, acima de tudo isso, é o grande amor da imensa maioria dos portugueses. Dá-nos razões para estarmos felizes, joga bonito, entra na História e tens tudo de nós."

Ricardo Santos, in O Benfica

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