"Em Portimão, o Benfica passou das críticas aos elogios
O mau arranque do Benfica no Campeonato Nacional 1976/77, em que nas primeiras cinco jornadas apenas venceu uma vez, para além de ter custado pontos também criou dúvidas acerca do seu valor. Mesmo após ter vencido quatro jogos consecutivos, a contestação à qualidade do futebol produzido pelos benfiquistas permanecia. Não era o Benfica que ganhava, eram as outras equipas que perdiam.
À entrada para a 10.ª jornada, apesar de os encarnados ocuparem o 2.º lugar e de o Portimonense estar na antepenúltima posição, a certeza da vitória impregnada no discurso dos algarvios dava a sensação de que era o conjunto de Portimão que estava na vice-liderança da prova.
Adolfo, antigo jogador do Benfica, mostrava-se bastante confiante, afirmando: 'Já o disse várias vezes nesta semana, o Portimonense é cem por cento favorito! De momento, não somos nada inferiores ao Benfica'. Matine corroborava a opinião do colega: 'O Benfica tem, neste momento, a sua pior equipa dos últimos anos'.
Galvanizados pelo suposto mau momento dos encarnados, os algarvios entraram muito bem na partida e dominaram na primeira parte. Nos primeiros minutos do segundo tempo, a situação agudizou-se para o Benfica, com a expulsão do defesa Barros, e, pouco tempo depois, o Portimonense inaugurou o marcador. O lance do golo mereceu protestos por parte dos benfiquistas, que acreditavam que Sapinho estava em fora de jogo. Toni contestou de forma veemente, recebendo ordem de expulsão.
A perder por 1-0 e apenas com nove elementos, a derrota parecia certa! Contudo, os encarnados tiveram uma reação excepcional. Em poucos minutos, empataram o encontro, por intermédio de Vítor Baptista, e lançaram-se ao ataque. Perto do final, num livre à entrada da área do Portimonense, o mesmo Vítor Baptista, com uma execução sublime, fixou o marcador em 1-2.
A forma hercúlea como garantiram o triunfo mereceu rasgados elogios: 'Benfica, sub-Benfica de 1976/77, tão gloriosamente subestimado, e que estava condenado a perder. Passou para um Benfica que acabou por virar as coisas do avesso e impor, in extremis, a sua lei perante a surpresa e a perplexidade de um adversário meio deslumbrado e tonto'.
Motivados pela excelente prestação, os encarnados partiram para uma sequência fantástica, em que nas restantes 20 jornadas venceram 19 e empataram uma vez, conquistando o título. Saiba mais sobre esta brilhante campanha na área 6 - Campeões Sempre, no Museu Benfica - Cosme Damião."
António Pinto, in O Benfica
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