"O que vai dando para ganhar ao Moreirense ou ao Vitória de Setúbal não chega para derrotar clubes da gama média-baixa da Europa.
Portugal está perto de concretizar a ultrapassagem à Rússia no ranking de clubes da UEFA, e essa circunstância significará um maior desafogo na Liga dos Campeões a partir de 2020/2012. Mas, como nem tudo o que luz é ouro, considerando apenas a época em curso, o pecúlio do nosso país não tem sido famoso (não temos feito muito, mas os russos ainda fizeram menos..), e há países, nomeadamente a Holanda, a que devemos estar atentos.
Mas, o que falta às equipas portuguesas, que têm falhado contra adversários que não são do primeiro mundo do futebol? Na última semana, apenas uma vitória lusa nas competições europeias, e mesmo assim caída do céu aos trambolhões, merece reflexão. O Feyenoord é melhor que o FC Porto? Não creio. Mas foi capaz de compensar, em intensidade, o que lhe faltava em argumentos individuais. Os holandeses correm sempre muito, e bem, tapando as linhas de passe e dificultando as saídas de bola. E não tiveram apagões, mantiveram-se concentrados (ao contrário dos dragões) e acabaram por justificar a sorte que os bafejou em dois ou três lances. Não ficaram à espera da sorte, preferiram ir à procura dela...
E o Benfica? Intensidade, nem vê-la. Concentração competitiva? muito escassa. E aquilo que chega para ganhar ao Moreirense ou ao V. Setúbal, não é suficiente para ultrapassar qualquer equipa média-baixa da Liga dos Campeões.
Já o Sporting, a viver um momento muito particular, arriscou-se a sofrer um amargo por ser feliz, embora ninguém tenha dúvidas do banho de bola que levou, especialmente na primeira parte.
O SC Braga empatou onde devia ter ganho e o V. Guimarães foi demasiado curto para o Eintracht.
Mete-se pelos olhos dentro a diferença de ritmo dos jogos da nossa Liga e dos principais ligas europeias, Holanda, que está novamente em alta, incluída. Em Portugal os jogos não têm a intensidade que se vê noutras paragens, há muitos momentos de faz de conta e, depois, os confrontos com adversários habituados a alta cilindrada, mostram que o rei vai nu. Eu sei que a Liga não gosta que se diga isto, mas enquanto os clubes não centralizarem os direitos televisivos e passarem a olhar o futebol com outra lentes, continuaremos a ficar mais longe do primeiro mundo do futebol.
Ás
Luís Castro
Ao fim de dez jornadas da Liga ucraniana, o Shakhtar Donetsk, treinado pelo português Luís Castro, lidera com dez pontos de avanço sobre o segundo colocado. E, na Champions, depois de uma derrota na Ucrânia, frente ao City, seguiu-se um triunfo em Bérgamo, em casa da Atalanta. Luís Castro? Quem sabe sabe...
Ás
Nuno Espírito Santo
O início da temporada do Wolverhampton não foi fácil e a equipa demorou a entrar nos eixos. Mas a pouco e pouco tem recuperado o nível da época passada e a vitória de ontem -grande surpresa na Premier League! - em casa do guardiolano Manchester City, teve direito a entrada no quadro de honra do treinador português.
Ás
Paulo Sousa
Contestado em Bordéus no início da época (até por um influente patrocinador), Paulo Sousa não se impressionou e, paulatinamente, os Girondinos têm trepado na tabela, ocupando agora a quarta posição, com mais dois pontos que o Marselha de Villas Boas e mais seis do que o Mónaco de Leonardo Jardim.
Uma confusão potencialmente perigosa
«Fontelas Gomes é o meu presidente. (Mas) é natural que haja divirgência em vários temas e opiniões diferentes sobre a gestão»
Luciano Gonçalves, presidente da APAF
Há muito que a presidência do Conselho de Arbitragem (CA) tem sido assegurada por um ex-presidente da APAF. E isso, por vezes, provoca uma confusão perniciosa para o sector. O CA existe para defender a arbitragem; a APAF existe para defender os árbitros. Confundir estas duas posições é meio caminho andado para manter abertas as portas ao corporativismo e à mediocridade.
Bernardo Silva
O apoio que o internacional português recebeu ontem, quando, aos 60 minutos, entrou em campo no Manchester City - Wolverhampton, mostrou que o bom senso não anda arredado do povo do futebol, ao contrário do que sucede com organizadores fundamentalistas e entidades submetidas ao politicamente correcto. Naquele contexto, acusar Bernardo Silva de racismo foi uma ofensa a Mendy e desvirtuou uma das causas mais nobres dos nossos dias. Dito isto, Bernardo, como figura pública, deverá medir melhor as brincadeiras, mesmo que inocentes, porque o mundo está cheio de idiotas que não sabem a diferença entre a obra-prima do mestre e a prima do mestre de obras.
Fasquia de ouro e dois metros e trinta e sete
O Catar tem investido muito no desporto: em infraestruturas, em campeões pronto-a-vestir e em fortíssimas acções de 'lobbyng'. Mas o ouro que ganhou nos Mundiais de Atletismo foi ora de um catari de gema, nascido em Doha há 28 anos, Mutaz Essa Barshim, principal ameaça ao recorde do mundo do cubano Sottomayor."
José Manuel Delgado, in A Bola
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