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segunda-feira, 17 de abril de 2017

O futebol não é matemática

"Já o escrevera depois do clássico da Luz: Nuno Espírito Santo terá caído no pecado do excesso de confiança nesse jogo com o Benfica,acreditando que um empate, que o mantinha atrás dos encarnados seria suficiente para ser campeão. Baseou a aposta na crença de que o adversário perderá pontos até ao fim do campeonato - uma expectativa legítima -, mas terá sido demasiado optimista ao olhar para o seu próprio calendário, onde poucos vislumbrariam as facilidades previstas pelo treinador do FC Porto.
A começar, claro, pela deslocação a Braga, onde os dragões deixarem dois pontos. Talvez tenha sido até um mal menor, porque a derrota - essa sim, teria porventura decidido o nome do campeão - pairou na cabeça de todos os portistas nos segundos que antecederam o penalty ao poste de Pedro Santos. O empate mantém a equipa viva, mesmo que dependente do derby de sábado, o tal jogo em que, mesmo não o jogando, Nuno Espírito Santo apostou as fichas todas na sua fé.
A questão é que, depois do tropeção do FC Porto na pedreira, o Benfica perder pontos já não chega. É preciso que perca o jogo. Ou seja, no dia em que chumbou na matemática que ele próprio criou nas últimas semanas, Nuno Espírito Santo deu a Rui Vitória a possibilidade de fazer as suas próprias contas: em Alvalade há dois resultados que manterão os encarnados na liderança. Retira pressão ao Benfica no derby? Não toda. Mas alguma. Porque uma coisa é entrar a saber que empatar pode significar o adeus ao título, outra é entrar a saber que o empate pode chegar para o título. Faz muita diferença. Mesmo que, como já se percebeu, fazer contas antes da hora não seja lá grande estratégia. Porque, e nisso Vitória tem razão, nunca se sabe qual o jogo que decidirá as coisas. Pode estar por acontecer, mas também pode já ter acontecido."

Ricardo Quaresma, in A Bola

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