"Nestas alturas, a famigerada lei de Murphy é sempre evocada. Parece bruxedo. No único lance de perigo do Vitória de Setúbal, só existente porque um dos nossos jogadores escorregou, a bola entrou na nossa baliza. Teria sido um excelente golo, não fosse ter sido contra o Benfica. De golo em golo falhado, até que nem oportunidades do mesmo fossem criadas, lá surgiu o árbitro a dar prova de vida nesta sucessão de machadadas na vantagem adquirida e entretanto perdida.
De há uns jogos para cá, parece ter-se instalado na nossa equipa um certo fatalismo que a inibe de ultrapassar as contrariedades. A ineficácia da equipa mais concretizadora do campeonato veio ao de cima, o que não deixa de ser paradoxal. Tanto quanto, agora que o Benfica, pela qualidade do seu jogo, não tem sido capaz de minimizar os estragos dos homens do apito, a incompetência generalizada na arbitragem portuguesa ter-se tornado aceitável. Já agora, assim como a vista de elementos da claque portista ao centro de treinos dos árbitros... Por pura coincidência, claro está, parece ter resultado em favor dos prevaricadores, e ninguém, na comunicação social, parece interessado em analisar a situação... E o videoárbitro - lembram-se? - voltou à sua insignificância até que um dia ressurja a necessidade de a ele recorrer... Estranho equipamento... Não apoia a decisão no momento, mas condiciona-a no futuro.
Bom, caso não tenham reparado, continuamos na liderança do campeonato. Já tivemos crises piores. Aliás, já tivemos verdadeiras crises. Não é o caso presente.
PS - Desde que a outra encomenda foi de patins, os erros técnicos transitaram de lado na Segunda Circular... Boa vitória frente ao Sporting!"
João Tomaz, in O Benfica
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