"Época propícia para fazer um balanço de Natal. Em resumo, a temporada está muito acima das expectativas catastróficas do início do ano e algo abaixo das ambições limitadas dos adeptos (como eu) que querem sempre mais. Jorge Jesus, no entanto, continua a bater recordes, são tantos que já nem se dá valor. Quando foi o último jogo da Liga em que não marcámos um golo? Em que ano chegámos com seis pontos de vantagem ao Natal? Quando tivemos na nossa história, simultaneamente, todos os títulos nacionais em nossa posse? Lembro-me de chegar ao Natal com seis pontos de atraso do líder, porque seis pontos de atraso do líder, porque seis de vantagem não me lembro quando foi a última vez. O saldo é excelente e não o reconhecer é viver fora da realidade presente. Com constrangimentos financeiros, com uma crise generalizada e com o crédito bancário reduzido a quase zero, resta-nos uma grande responsabilidade financeira e ser sagazes na gestão de recursos.
O último jogo contra o Gil Vicente foi dos menos conseguidos da época. Jorge Jesus disse no fim do jogo que os adeptos deixaram a equipa nervosa. Houve então total sintonia, porque a equipa também deixou os adeptos muito nervosos. Há razões que explicam e outros argumentos que justificam. Muitas lesões, sobrecarga de jogos, jogadores importantes fora, alguns castigos a somar, ficamos com um caldo explosivo. Mas contra o Gil Vicente só a vitória foi boa e só os três pontos são recordações de Natal. Numa noite gelada em que tivemos Super-Maxi para nos adoçar a boca. Agora resta abordar a Taça da Liga com ambição. Estamos fora da Taça de Portugal e por isso a Taça da Liga é simplesmente para tentar vencer. Começa na terça-feira contra o Nacional.
Este blackout do Sporting foi uma excelente ideia. Calando o seu presidente diminui em muito a instabilidade do grupo. Como é possível que um presidente que fez tanta coisa bem feita pelo Sporting, arrumou a casa, consolidou prioridades, manteve alguma competitividade e não perdeu ecletismo deite tudo a perder naquilo que é mais fácil? Ter juízo, moderação e algum bom sendo."
Sílvio Cervan, in A Bola
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