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terça-feira, 15 de julho de 2014

A Pantera Negra e a Seta Loura...

"Eusébio e Di Stéfano: houve sempre uma profunda ligação entre os dois. Para Eusébio, Di Stéfano (que era Stéfano di Stéfano, assim mesmo, a dobrar) foi o melhor jogador de todos os tempos. Correrão agora lado a lado na planície da eterna saudade.

STÉFANO a dobrar. Stéfano duas vezes. Vejam: Alfredo Stéfano di Stéfano Llaulhé. Para Eusébio, o nosso Eusébio, o melhor jogador de todos os tempos.
Nascido no Barrio de Las Barracas, em Buenos Aires, em 1926, foi por muitos considerado como o melhor jogador de sempre. Dificilmente na história do jogo alguém combinou de forma tão perfeita a técnica, o talento e a capacidade de comendo e organização da equipa em seu redor.
Começou no River Plate, onde era conhecido por «El Alemán», graças ao seu cabelo louro, passou pelo Huracán e regressou ao River Plate para formar uma terrível dupla de ataque com Adolfo Pedernera numa linha ofensiva chamada «La Maquina».
E foi com Pedernera jogou também no Milionários de Bogotá, na Colômbia, antes de se transferir para Espanha num negócio confuso que opôs os dois rivais, Real Madrid e Barcelona.
A Federação Espanhola tomou uma decisão salomónica: jogaria um ano no Real e outro no Barcelona - os catalães não se mostraram convencidos e venderam a sua parte do passe de Di Stéfano ao Real Madrid: no primeiro Real Madrid-Barcelona., Di Stéfano marcaria três golos numa vitória de 5-0. Miguel Nuñoz, seu companheiro de clube e depois treinador, diria dele: «A grandeza de Di Stéfano é que, com ele na equipa, temos dois jogadores para cada posição».
Com o Real Madrid venceu as cinco primeiras Taças dos Campeões, marcando golos em todas as finais.
Chamaram-lhe, então, «La Saeta Rubia» (a Seta Loira); naturalizou-se espanhol e jogou na selecção de Espanha, depois de ter sido «internacional» pela Argentina. Acabaria a carreira no Español de Barcelona antes de se tornar treinador e ainda venceu a Taça das Taças ao comando do Valência.
Eusébio sempre nutriu por Di Stéfano uma infinita admiração. É famosa a sua fotografia após a vitória na Taça dos Campeões com a mão enfiada nos calções, de tronco nu, guardando a preciosa camisola que Di Stéfano acabara de lhe dar no final do encontro que opôs o Benfica ao Real Madrid, disputado em Amesterdão e que o Benfica venceu por 5-3.
Sobre Di Stéfano dizia Eusébio: «Para mim, não há comparações. Di Stéfano é o jogador mais completo de todos os tempos. Depois, ponho Pelé, Puskas, Sivori, Greaves, Rivera, Law, Mazzolla, Altafini e Amarildo. São estes os grandes avançados do Mundo. Também sei que Schiaffino foi grande, mas só o conheci de nome. Águas era, igualmente, terrível. Dos defesas, escolho Trapattoni, que me marcou na final de Londres, com o Milan, e McKay, do Tottenham. Mas admiro particularmente Trapattoni, porque é correcto e preciso. Eusébio? Eusébio, por modéstia, fica em último lugar da lista dos avançados»."

Afonso de Melo, in O Benfica

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