"Campeonato Nacional, Taça de Portugal e Supertaça em Futsal; Campeonato Nacional e Taça Intercontinental, em Hóquei em Patins; Campeonato Nacional e Taça António Pratas, em Basquetebol; Taça de Portugal e Supertaça em Voleibol; Campeonatos Nacionais de Atletismo em Pista Coberta e Ar Livre. É este, grosso modo, o vasto lote de títulos alcançados pelas modalidades do Benfica nesta temporada (falo apenas de escalões Seniores, e do sector masculino), aos quais poderíamos juntar presenças honrosas nas competições europeias de Hóquei em Patins (apuramento para a Final-Eight de Lodi) e Andebol (quartos-de-final da Taça dos Vencedores das Taças). Só por manifesta falta de sorte não foi possível juntar a todas estas conquistas o Nacional de Voleibol, o qual perdemos no último 'Set', do último jogo da Final, após uma temporada em que - com 37 vitórias em 41 jogos - mostrámos eloquentemente dispor da melhor equipa do panorama luso.
Contas feitas, esta foi, sem sombra da dúvida uma das melhores temporadas de sempre do ecletismo 'encarnado'. Nunca, em 108 anos de História, havíamos sido Campeões de três modalidades colectivas de Pavilhão numa mesma época. E poucas vezes (creio que apenas em 1989 e 1991) teremos erguido tantos e tão variados troféus.
Vitórias anunciadas
Estes brilhantes resultados são a consequência lógica de um trabalho que já vinha a mostrar-se nos últimos anos. Em 2010 o Benfica havia sido Campeão Europeu de Futsal. Em 2011, conquistou a Taça CERS de Hóquei em Patins, e chegou à final da Taça Challenge de Andebol. Só uma infelicidade extrema nos retirou os títulos de Futsal e Voleibol da última temporada, e só factores externos e obscuros nos retiraram e de Hóquei em Patins - em cujo Campeonato fizemos , ainda assim, o mesmo número de pontos do primeiro classificado. No Basquetebol tínhamos alcançado o Bicampeonato em 2009 e 2010, cedendo no derradeiro jogo da Final o título de 2011. As Taças de Portugal, e as Supertaças, iam pingando com uma frequência crescente. E adivinhava-se que, a qualquer momento, um jackpot deste tipo pudesse cair de uma máquina onde tão criteriosamente havíamos investido.
Com a aposta de uma Direcção que imagina e promove, um Benfica global, vencedor em todos os seus quadrantes de actividade; com a competência de técnicos experientes e sabedores; com o talento e o empenho de jogadores de elevadíssima craveira; com uma elevada dose de Mística benfiquista; e, também, com a pontinha de sorte que nos faltara noutros momentos; pudemos pois acabar a época em festa, saboreando que, nalguns casos, nos fugiam havia demasiado tempo.
Os últimos também foram primeiros
No Futsal - último Campeonato a ser conquistado - um Pavilhão cheio, e emoções fortes, fizeram da tarde de sábado um momento de grande fervor benfiquista. A nossa equipa já erguera os outros dois troféus oficiais da temporada, mas a Final da prova mais apetecida chegou a parecer poder escapar-se-nos das mãos, nomeadamente quando, no 4.º jogo, já com champanhe e foguetes preparados para a festa verde-e-branca, o desempate por penáltis começou mal para as nossas cores. Valeu a inspiração de Vítor Hugo para trazer as decisões para nossa casa. Aí, fomos mais fortes, triunfando numa partida muito disputada, com alternância no marcador, e um resultado justíssimo.
Queixaram-se os nossos adversários - como não podia deixar de ser... - de uma decisão de arbitragem, num lance de eventual mão na bola de Joel Queirós. Não se lembraram eles de uma grande penalidade clara cometida no inicio da segunda parte sobre o mesmo jogador, que ficou por sancionar, nem de uma falta assinalada ao contrário (juntamente com o respectivo cartão amarelo), quando Davi foi impedido de prosseguir num perigoso lance de ataque. Enfim, mistificações a que já estamos habituados, qualquer que seja a modalidade em causa. Desculpas para uma derrota em toda a linha daqueles que ainda se julgavam campeões.
Foi o nosso sexto Campeonato Nacional, o que traduz uma inegável supremacia desde que o 'Glorioso' chegou à modalidade.
Para o próximo ano o desafio é grande. Estaremos certamente à altura de o enfrentar, mantendo os princípios que nos levaram a estes títulos, estendendo-os, se possível, também às modalidades que por ora nos escaparam."
Luís Fialho, in O Benfica
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