Últimas indefectivações

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Mesquinhez

"Não quero ir tão longe como Ramalho Ortigão num escrito do século XIX. 'A opinião pública é a coisa pública mais estúpida que em Portugal existe'. Não quero ir tão longe como o meu amigo Manuel José, antigo jogador e treinador do nosso Benfica. 'Em Portugal, há dezenas de inteligências e milhões de cotovelos'. Não quero ir tão longe, mas ando lá perto. E não posso mesmo é deixar de refutar, com veemência, uma acusação ao grande Eusébio, proclamando que este contribuiu para inquinar a Verdade Desportiva e que terá ajudado a que o Benfica vencesse o Campeonato de 76/77.

Eusébio confessou, recentemente, que se recusou a marcar um livre, na defesa das cores do Beira-Mar, num embate frente ao Benfica. Foi verdade. Havia-o dito já antes do jogo. Eusébio jamais admitiria apontar um golo ao seu Benfica. Na altura, estava de férias na sua aventura americana, já na fase de veterania, quando assinou um vínculo com o Beira-Mar. Era sobretudo um contrato de marketing como na actualidade sói dizer-se. Pago jogo a jogo, nem sequer treinava em Aveiro, onde só se deslocava aos fins-de-semana para actuar.

Ainda assim, o treinador, Manuel Oliveira quis inclui-lo no onze inicial.

Saibam aqueles que querem denegrir a imagem do nosso Eusébio que esse Beira-Mar - Benfica até terminou empatado (2-2) e que o nosso Clube arrebatou o título com nove pontos de avanço (na actualidade seriam quinze) numa demonstração categórica de superioridade.

Eusébio mais não fez do que exibir uma manifestação de amor ao Benfica. Será muito custoso admiti-lo? Ao que parece sim, para um punhado de idiotas, ressabiados, que procuram de forma malévola aproveitar a sinceridade de Eusébio. Só que esses, ao invés de Eusébio, só sabem marcar golos na baliza da imbecilidade."



João Malheiro, in O Benfica


Em anexo, para ilustrar a parvoíce, deixo aqui a compilação dos arquivos dos jornais da época feita pelo insubstituível Alberto Miguéns, para o Em Defesa do Benfica:












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