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sexta-feira, 11 de junho de 2010

Macau

"O presidente do Sport Lisboa e Benfica inaugurou esta sexta-feira mais uma Casa do Clube além fronteiras, mais concretamente em Macau. Na sua intervenção, Luís Filipe Vieira felicitou a equipa de basquetebol pela conquista do bicampeonato e anunciou que o Benfica vai reforçar a sua aposta nas modalidades. Leia o discurso na íntegra.

Permitam-me que comece esta minha intervenção agradecendo toda a hospitalidade de que fui alvo desde que aqui cheguei, sinal de que estando longe estamos bem mais perto do que a distância geográfica que nos separa e bem mais perto do que muitas vezes julgamos quando estamos em Portugal.

Obrigado a todos pela vossa presença e pela vossa hospitalidade!

Apesar da nossa dimensão territorial, foi Portugal quem deu a conhecer novos Mundos ao Mundo. Foram os portugueses que iniciaram o processo de globalização, ainda no século XV.

Curiosamente, cinco séculos depois, os portugueses continuam espalhados pelos cinco continentes, participando e contribuindo para o desenvolvimento desses países, sem nunca esquecer a sua ligação a Portugal e aos elementos de identidade que nos fazem únicos em todo o Mundo.

Já o disse, durante as minhas visitas a outras comunidades portuguesas, que uma das bandeiras mais conhecidas de Portugal no Mundo é o Benfica. E há uma razão muito simples que o justifica:
Somos um Clube que nasceu português, que tem orgulho no seu local de nascimento, mas que sabe que é reconhecido e admirado nos cinco continentes. Este é o Benfica!

É por isso que sinto um enorme orgulho por estar aqui hoje presente a inaugurar oficialmente a Casa do Benfica de Macau. Queria agradecer na pessoa do seu Presidente, Dr. Leonel Alves, a todas as pessoas que contribuíram para que este projecto pudesse chegar a bom porto!

As Casas do Benfica sempre foram uma prioridade desta direcção e reflectem uma estratégia de crescimento sem a qual o Benfica não se pode expandir. Seremos sempre mais fortes quanto maior for a nossa presença diária a nível internacional. As Casas do Benfica contribuem decisivamente para isso!

Macau sempre foi um espaço de encontro de gentes e culturas e a história reservou-lhe um papel determinante na relação, passada, presente e futura, entre Portugal e a China.

Macau representa um ponto de encontro de mais de quatro séculos entre o Ocidente e o Oriente. Macau sempre foi terra de partida e de chagada de dois povos, que aqui se foram encontrando e conhecendo.

Dois povos que, em contacto por mais de quatrocentos anos, aprenderam o valor da diferença e o seu respeito e sempre puseram acima de tudo a confiança recíproca na conjugação de interesses comuns.

É sempre bom recordar que Portugal foi o primeiro Estado Europeu a estabelecer relações diplomáticas com a China no século XVI, e que as nossas relações com a República Popular da China não se distinguem apenas pela sua antiguidade, mas também pela maneira franca como sempre se desenvolveram.

É por tudo isto que nós estando em Macau nos sentimos em casa!

Quero, por isso, antes de mais deixar uma palavra de reconhecimento a toda a comunidade portuguesa, que tendo aqui nascido ou chegado, se afeiçoou a esta terra e que, no cruzamento de culturas, soube integrar e contribuir para o desenvolvimento de Macau.

Por tudo isto é que Portugal, tendo partido em 1999, ficou em Macau. Já não tem soberania neste território, mas a história ditou as suas responsabilidades e é em função dessa história que mantêm laços que conhecemos!

A Ásia deve ser um mercado ao qual o Benfica deve estar muito atento, uma área geográfica de muitas oportunidades em que devemos apostar decisivamente no futuro, e em que a Casa do Benfica de Macau pode servir como base estratégica dessa nossa aposta.

O desenvolvimento que o futebol tem conhecido na Ásia é impar e isso é um sinal a que ninguém pode ficar indiferente. Estou certo de que saberemos acompanhar esses sinais de vitalidade e responder da melhor maneira, de forma a podermos aproveitar a dinâmica deste lado do globo para construir um Benfica ainda maior.

Ontem – como sabem e a convite do nosso Cônsul, ao qual quero aqui publicamente agradecer - tive oportunidade de assinalar em Macau o dia de Portugal. Um dia em que se celebra a nossa história, a nossa identidade, a nossa cultura. Um dia em que se celebra a confiança em Portugal e em que dizemos aos portugueses que vivem longe do país como os sentimos presentes e como sentimos orgulho na projecção e no prestígio que dão a Portugal.

E estando longe – e já o digo por experiência - sentimos de outra forma o que passa em Portugal.

Já durante a viagem para Macau tive oportunidade de saber da conquista da nossa equipa de basquetebol, que agora se tornou bicampeã nacional. Uma conquista justa e inteiramente merecida. Queria por isso – a partir de Macau – enviar – na pessoa do seu treinador, Henrique Vieira, um forte abraço de felicitações a toda a equipa de basquetebol.

Mais do que a vitória, esta nova conquista diz muito do que é e do que quer ser o Benfica.

O Benfica - faz parte da sua história - é muito mais do que um Clube de futebol. As modalidades fazem parte do nosso código genético, e a aposta das modalidades é para ser reforçada no próximo ano.

Mas há um aviso que é importante fazer, mesmo a esta distância de Portugal. Tal como no futebol reclamamos verdade e transparência, também nas modalidades exigimos a mesma postura e os mesmos valores.

Não queremos nada mais a não ser verdade! E digo isto porque apesar do que foi o comportamento da Federação Portuguesa de Patinagem decidimos manter a inscrição da nossa equipa de hóquei em patins no campeonato nacional do próximo ano, mas com a garantia de que será a última vez que tal acontece se se repetirem situações que se viveram este ano!

Em relação ao futebol, quero – nesta Casa - deixar a todos a garantia de que estamos a trabalhar para assegurar uma equipa competitiva no próximo ano, capaz de repetir o que foi feito este ano a nível interno, e capaz, igualmente, de deixar uma marca muito forte na Europa.

O que prometo aqui, é o mesmo que sempre prometi: dedicação e trabalho, na certeza de que só por essa via podemos aspirar a atingir os nossos objectivos
.”"

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