"Avançado brasileiro demorou a adaptar-se, mas já se mostra útil no Benfica
Arthur Cabral chegou à Luz como substituto de Gonçalo Ramos, já depois de vários nomes antes terem sido apontados ao Benfica. Inclusive o do seu próprio sucessor na Fiorentina.
O avançado brasileiro terá chegado pesado - nota-se alguma tendência para engordar com facilidade -, mas sobretudo deslocado dos princípios de jogo de Roger Schmidt e até do valor que custou aos encarnados.
Gonçalo Ramos era um jogador importante no momento da pressão alta e da contrapressão, e ainda um elemento de ligação. Alguém que, apesar de algumas limitações de costas para a baliza, conseguia participar no ataque posicional e servir de referência para segurar a bola e, assim, permitir aos companheiros a subida no terreno em segurança. Rafa, por exemplo, beneficiava várias vezes desse compromisso e ética de trabalho por parte do seu 9. Não era o único.
Arthur Cabral sempre foi um homem de área, embora com relativa explosão nas costas da defesa contrária. Não era homem de baixar muitas vezes e distribuir. Sente-se bem sobretudo nas zonas de finalização, a fim de responder a cruzamentos e passes de rotura. Só que os encarnados não jogam assim.
Com o acumular dos jogos, o outro peso, o de não marcar, disparou. A confiança, que já não parece ter chegado em alta, talvez pelo vislumbre dos primeiros treinos e por perceber que não seria bem ele quem procuravam, esgotou-se e, realmente, começou a parecer um mau jogador.
Não há pior do que um avançado pouco elegante, já que mesmo os movimentos mais simples parecem piores do que são.
Hoje, diante do SC Braga, o brasileiro terá feito o seu melhor jogo desde que chegou. Recuperou o moral e começou a perceber algumas das coisas que pode dar à equipa. Usar o corpo para proteger a bola e a técnica individual, que sempre teve, para servir os companheiros. Com companheiros por parte consegue, finalmente, jogar em apoio. E, depois, tem inteligência para se libertar e finalizar.
Parece um jogador diferente. Mais solto. Mais integrado.
Por cá, os jogadores não têm tempo. No Benfica, historicamente, ainda parecem ter menos. O contexto nunca é olhado com a devida importância. Roger Schmidt teve o mérito de insistir e o futebolista de não baixar os braços. E tornou-se finalmente útil.
Muito gozo lhe deve ter dado aquela ovação no final."
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