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quinta-feira, 19 de janeiro de 2023

O dilema dos jovens da formação | SL Benfica


"Na última temporada, a equipa de juniores do Sport Lisboa e Benfica conseguiu um feito inédito na sua história ao conquistar finalmente a sua primeira UEFA Youth League. Esta conquista europeia deu uma grande montra a vários jogadores, que se tornariam entre os jogadores sub-19 mais cobiçados do futebol europeu.
Desde então, vários destes jogadores já deram o salto para níveis mais elevados. António Silva assumiu a titularidade na equipa principal. João Neves estreou-se no jogo particular contra o Sevilha e desde então tem vindo a ganhar espaço nas opções de Roger Schmidt. Outros jovens como Martim Neto e Diego Moreira também já se estrearam oficialmente pela equipa sénior. No entanto, estes são dois dos jogadores que estão no centro das atenções por motivos que não são os mais agradáveis.
Martim Neto, Diego Moreira, Cher Ndour e Luís Semedo foram jogadores muito importantes na conquista da Youth League. Porém, estes jovens terminam contrato no final da época (com excepção de Diego Moreira, que termina em 2024) e têm sido seduzidos pelo interesse de clubes estrangeiros, resistindo às propostas de renovação por parte do Benfica. Isto, numa fase das suas carreiras em que ainda não têm quaisquer provas dadas ao mais alto nível.
Quem tem acompanhado o percurso destes jovens jogadores na formação do Benfica não duvida do potencial que estes têm. Todos eles são jogadores com bastante talento e com potencial para se afirmarem na equipa principal. No entanto, a sua saída precoce para um clube estrangeiro tem tudo para vir a ser um passo atrás nas suas respectivas carreiras.
Infelizmente, este tipo de situações não são incomuns no futebol português. Muitos jovens futebolistas em tenra idade são mal influenciados pelas pessoas mais próximas como os pais e os empresários, deixando-se guiar mais pelos interesses financeiros do que pelos desportivos, levando-os a tomar decisões que destroem as suas carreiras.
Nestas idades, o mais importante para um jogador é competir com regularidade num patamar que promova o seu crescimento. E o historial de casos deste género demonstra que a ida para grandes clubes europeus sem ter experiência nem provas dadas a nível profissional é um grande tiro no pé.
No Benfica, já houve casos de jogadores como os de Rony Lopes, João Virgínia, João Serrão, Mário Ferreira ou Ricardo Campos. Todos eles emigraram para o estrangeiro durante a adolescência e com o passar dos anos, acabaram por se perder enquanto jogadores, muito graças à falta de competição e de continuidade no seu crescimento que muitos destes jovens sofrem ao dar este salto precoce.
Diego Moreira, Martim Neto, Cher Ndour e Luís Semedo são jogadores que têm potencial para se tornar em jogadores de relevo no panorama do futebol europeu. Mas ao tomarem esta má decisão nas suas carreiras, têm tudo para serem mais jogadores que destroem as suas carreiras pelo facto de darem um passo maior que a perna."

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