"Em ano de Europeu e Copa América, com vários jogadores espalhados pelas selecções, com o mercado aberto até final do mês de Agosto, e com uma importantíssima eliminatória europeia para disputar, a pré-temporada do Benfica não vai ser nada fácil.
Longe vão os tempos em que, sem mercados, sem pré-eliminatórias (e, quando a Portugal, também sem fases finais...), o plantel se apresentava ao trabalho já totalmente definido, e de perfil idêntico ao dos anos anteriores. Na minha infância a equipa começava sempre por Bento, Pietra, Humberto... passava por Shéu e Chalana... e terminava em Nené. As contratações eram poucas, e por vezes as novidades limitavam-se a um ou outro jovem promovido dos Juniores. Os jogos de preparação disputavam-se já com o onze presumivelmente titular, e deixaram antever desde logo um pouco daquilo que se iria passar ao longo da época, dando sinais consistentes sobre a correlação de forças face aos rivais.
Hoje tudo é diferente. A mercantilização do futebol dita leis, criando um carrossel de movimentos e expectativas que não é fácil de gerir, e que só termina no início de Setembro. Os timings do mercado impõem indefinições até para lá do início das competições oficiais, obrigando treinadores e dirigentes a trabalho suplementar da definição de processos o intérpretes. As pré-temporadas perderam assim o seu encanto, representando um período que a generalidade dos adeptos quer ver rapidamente pelas costas.
Um mês é o tempo de que Jorge Jesus dispõe para preparar a equipa de modo a enfrentar, e superar, o compromisso europeu de Verão. Um mês de trabalho duro. Mãos à obra!"
Luís Fialho, in O Benfica
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