"Se, no início da temporada, o Campeonato já era apontado como o principal objectivo do nosso Futebol, depois da eliminação europeia não resta nenhuma dúvida acerca de onde concentrar energias.
Não é a primeira vez que o Benfica sai cedo da cena internacional.
Recordo que nem mesmo Eusébio e seus pares evitaram algumas eliminações prematuras, como por exemplo de 1964 ou em 1967 - anos em que os 'encarnados' não resistiram à segunda eliminatória. Mais tarde, muitos se recordarão de um Aris de Salónica, de um FC Liegeois ou, pior ainda de um Celta de Vigo. Nem só de glórias se escreve a história de qualquer grande clube. A novidade é que, com duas finais, uma meia-final e dois quartos-de-final em cinco anos (que valeram o brilhante 5.º lugar no ranking da UEFA), ficámos mal habituados. E esta época, tudo correu mal. Desde o sorteio, ao fatídico primeiro jogo em casa, seguido de uma arbitragem hostil na Alemanha, de pecados de concretização no Mónaco e na Rússia, e de resultados inesperados noutros jogos do nosso grupo - que levaram a que eventuais sete pontos não cheguem, sequer, para sonhar com um 3.º lugar.
O que lá vai, lá vai. Agora importa concentrar todas as forças naquilo que há para conquistar, e que é... quase tudo. Quem comenda isolado o Campeonato com nove vitórias em 11 jogos, quem mantém as aspirações na Taça de Portugal e na Taça da Liga, e já guarda a Supertaça na bagagem, só pode estar confiante numa temporada triunfante.
O grito 'nós só queremos Benfica campeão!' nunca fez mais sentido. É, de facto, esse o nosso desígnio. Há que fazer de cada jornada uma final, e disputar cada lance como se fosse o último. Com regresso dos lesionados (Sílvio, Eliseu, Fejsa e Rúben Amorim), o lote de opções aumentará. E sem o desgaste europeu, a capacidade física da equipa poderá manter-se a top.
Não nos falta nada. Temos jogadores, treinador, estrutura envolvente, motivação, um mar vermelho de milhões a apoiar. E agora também um calendário desanuviado.
Em Maio, estaremos no Marquês."
Luís Fialho, in O Benfica
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